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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Uma barata de quase 2 Kg e 80 cm?

06/08/2012

A primeira vista ele é assustador, mas na verdade ele é até bonitão!


Foto Banco de imagens - ProjetoTamar/Guy Marcovaldi

E não é que ele é bonitão?
As águas profundas dos mares guardam segredos fantásticos. Quem imagina seres inacreditáveis ao pensar no que pode haver no espaço sideral deveria dar uma olhada no nosso “espaço oceânico”!
Abaixo dos 200 m de profundidade há uma incrível e pouco conhecida comunidade de animais, de todos os tamanhos e formas. Uma delas é o TATUÍ-GIGANTE, também chamado por Baratão, e que não tem nada de inseto. Na realidade ele é um tipo de crustáceo, um isópode parecido com os tatuzinhos de jardins, mas gigante, o Bathynomus spp., que pode chegar a quase 80 cm e 2 kg! Esse bicho vive no fundo, dos 200 aos 2.000 metros e em temperaturas entre 7 e 4 graus Celsius, sempre em contato com o solo, procurando comida.
Como comida não é uma coisa fácil de encontrar nessas profundidades, vivem perambulando pelo fundo e, quando a encontram, comem até se fartar, por vezes impedindo-os de se mexerem! São verdadeiros urubus das profundezas, comendo tudo o que encontram, incluindo carcaças de baleias, e não desprezam caranguejos e outros animais com que topem pelo caminho. Estudos científicos mostram que são capazes de passar até 2 meses sem comer.
Cortesia NOAA

Olha só o tamanho do Bebezinho
Apesar de repugnantes à primeira vista, têm olhos lindos e multifacetados (até quase 4.000 facetas!) e um belo par de antenas. O primeiro de seus 7 pares de pernas é modificado, servindo de garras para apreender o alimento e levá-lo à boca. E, para se protegerem de eventuais predadores (mas quem é que vai comer isso!?) podem se enrolar como uma bola, apenas com a carapaça externa exposta.
O Baratão é um ás da sobrevivência. Não bastasse seu tamanho e carapaça, a fêmea cuida do filhote com cuidados dignos de cangurus, protegendo-o e mantendo-o delicadamente aninhado entre suas pernas.
Foto Banco de imagens - ProjetoTamar/Guy Marcovaldi

Uma fêmea e seu filhote cor-de-rosa
De acordo com os biólogos que trabalham no Projeto TAMAR, essa é uma espécie comum das águas frias além dos 400 metros de profundidade da região da Praia do Forte, na Bahia. Vários deles são mantidos vivos pelo TAMAR dessa localidade, em um recinto especial e aberto ao público, o Submarino Amarelo. Ali, em aquários especiais e com controle completo de temperatura e luminosidade, podem ser vistos também outros representantes da fauna das profundezas, inclusive pequenos tubarões recém-nascidos.

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