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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pesquisadores da Universidade de Oxford revelam quanto custa o amor


15/09/2010 - 17h47 | da Folha.com

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apaixonar-se por outra pessoa tem um custo equivalente à perda de dois amigos próximos, em média, diz pesquisa feita pelo Instituto de Antropologia Cognitiva e Evolucionária da Universidade de Oxford, na Inglaterra, publicada no jornal britânico "The Guardian".

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O estudo, liderado por Robin Dunbar, identificou que a chegada de um novo parceiro deixa o casal com um menor círculo de amigos ao qual possa recorrer em momentos de crises, mas não há diferenças entre homens e mulheres --os dois igualmente perdem amigos quando começam um relacionamento.

SXC
Pesquisa sugere que relacionamentos com a família e os melhores amigos são prejudicados durante namoro
Pesquisa sugere que relacionamentos com a família e os melhores amigos são prejudicados durante namoro


O objetivo era investigar como as pessoas dividem suas horas e sugere que os relacionamentos com a família e os melhores amigos são prejudicados quando se inicia um namoro.

Na sondagem de Dunbar e seu grupo, foram classificados cinco tipos de relacionamento --pessoas com quem contar para falar sobre problemas financeiros ou emocionais -- a partir de um questionário respondido, pela internet, por 428 mulheres e 112 homens.

"Os entrevistados que estavam namorando, ao invés de terem os cinco tipos de relacionamento, só tinham quatro no 'placar final'", diz Dunbar. "Foi uma surpresa para nós. Não esperávamos esse resultado."

O pesquisador acrescenta: "Se você não encontra as pessoas, seu compromisso emocional com elas acaba, e rápido. Suspeito que a atenção esteja tão focada no parceiro romântico, que você não vê mais os demais com quem tinha afinidade, e os relacionamentos começam a deteriorar."

QUANTO MAIS MELHOR

A pesquisa também se estendeu ao Facebook para avaliar a forma como homens e mulheres mantêm amizades na rede social.

Descobriu-se que as mulheres têm, com mais frequência, mais amizades com pessoas que veem todos os dias. Já os homens tendem a reunir a maior quantidade de amigos possível, mesmo que nem os conheça direito.

"Os garotos parecem estar em uma competição para ver quem pode ter mais amigos no Facebook, o que poderia ser uma forma de publicidade masculina. Uma das menções feitas pelas mulheres para avaliar a qualidade masculina é o número de outras garotas que estão atrás deles. Logo, permitir várias mulheres no Facebook como amigas parece ser uma boa ideia", pensa Dunbar.
 

Segundo maior bioma brasileiro, Cerrado corre risco de desaparecer

15/09/2010 - 17h54 | do UOL Ciência e Saúde

Da Redação
Em São Paulo
 
Leonardo Wen/Folhapress

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, localizado em uma grande área do Brasil Central. Por fazer fronteira com outros importantes biomas, (a Amazônia ao norte, a Caatinga a nordeste, o Pantanal a sudoeste e a Mata Atlântica a sudeste) a fauna e flora do Cerrado são extremamente ricas.
Dados levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o Cerrado teve sua cobertura vegetal reduzida a quase metade, de 2.038.953 km² para 1.052.708 km² nos últimos anos.
Segundo o grupo Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil),  o Cerrado conta com mais de 10.000 espécies vegetais, uma grande variedade de vertebrados terrestres e aquáticos e um elevado número de invertebrados.
Espécies ameaçadas como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará, a águia-cinzenta e o cachorro-do-mato-vinagre, entre muitas outras, ainda têm populações significativas no Cerrado, reafirmando sua importância como ambiente natural.

Risco de desaparecer

Estudos realizados pelos pesquisadores do Programa Cerrado da CI-Brasil indicam que o bioma corre o risco de desaparecer até 2030, já que o desmatamento chega a 1,5% ou três milhões de hectares/ano. Isso equivale a 2,6 campos de futebol/minuto.
A ameaça ao bioma começou a partir dos anos de 1970, quando o Cerrado tornou-se a principal área de produção de grãos no país, o que trouxe ganhos econômicos ao país e um grande passivo ambiental, pela introdução de espécies invasoras, uso de agroquímicos e emissão de gases de efeito estufa.
Os incêndios naturais fazem parte da dinâmica do Cerrado, mas o uso indiscriminado do fogo na expansão de áreas agrícola e pastoril, aliado à extração de madeira e carvão vegetal, constituem causas determinantes do desmatamento no Cerrado, segundo o IBGE.
* Com informações da CI-Brasil

Gatos selvagens caçam imitando os sons de suas presas

14/09/2010 - 16h58 | do UOL Ciência e Saúde

Por Natalie Angier
The New York Times
Claudia Lindenmeyer


Em uma manhã ensolarada de outubro, o Dr. Fabiano Calleia, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas, andava pela floresta de várzea em Manaus observando seu grupo habitual de oito saguis, enquanto esses pequenos macacos escuros de gestos elegantes atacavam os frutos de uma figueira.
De repente, a paz do café da manhã foi quebrada pelo som característico do choro de um filhote de sagui - uma série de assobios curtos e agudos, como o apito de uma chaleira fervendo, que lembra os sons de um código Morse. Um sagui macho subia e descia de uma árvore, tentando em vão localizar a origem do som. O ruído continuou e outros macacos começaram a ficar irritados. Nesse momento, Calleia percebeu espantado que os gritos não eram provenientes de um filhote de sagui, mas de um gato maracajá, que se parece com a jaguatirica, de olhos e patas grandes e apetite por carne de macaco.
O gato maracajá se esgueirou na mata simulando sons de símio e partiu em direção aos saguis. O gato saltou, um macaco sentinela gritou e todo o bando escapou ileso.
Ao retornar ao acampamento, Calleia relatou o episódio ao Dr. Fabio Rohe, responsável pelo programa WCS-Brasil (Wildlife Conservation Society - Brasil) na Amazônia, que imediatamente lembrou o que os habitantes locais haviam dito: o maracajá e outros gatos selvagens caçam imitando os sons de suas presas.
"Eu disse que o som se comparava ao de macacos usando ferramentas! Vamos escrever alguma coisa ", lembrou Rohe em uma entrevista por email. "Assim, logo começamos a escrever!"
Os cientistas publicaram sua descrição da primeira "observação oficial de campo do comportamento de mímica do gato maracajá" na revista “Neotropical Primates” no ano passado, mas só agora o artigo tem circulado entre os pesquisadores de campo.
O relatório é apenas um exemplo de uma série de descobertas recentes de casos de imitação. Este trunfo de puro entretenimento valoriza os originais em que se baseia. A imitação pode ser a forma mais sincera de lisonja, a forma mais grave de agressão ou a estratégia mais estranha de sobrevivência. Se você pensa que não há nada novo acontecendo, você pode estar certo. Mas lembre-se que a imitação é uma máquina de novidades permanente da natureza.
Por exemplo: os cientistas desvendaram que em algumas espécies de formigas a rainha é uma percussionista consumada, munida de um órgão minúsculo e afiado, que toca as fanfarras reais para manter seus trabalhadores na linha. Quem imaginava que a rainha pudesse ser esta caixa de som? Seus parasitas deviam saber com certeza.
Também foram encontradas larvas parasitas de borboletas na colônia, as quais utilizam seus músculos abdominais ou outras partes do corpo para imitar os ruídos da rainha. Um ato de pirataria musical, que induz as formigas operárias a vibrar e regurgitar o alimento diretamente na boca dos parasitas.
Descobriu-se que baratas alemãs de ambos os sexos imitam o cheiro e a sensação de baratas adultas do sexo feminino, enganando os machos adultos, que abrem suas asas e expõem suas reservas escondidas de açúcar de maltose, proteínas e gorduras. Os machos sintetizam as secreções como um presente para cortejar as companheiras, mas as baratas ninfas, com suas mandíbulas doces, evoluíram os meios físicos e químicos de manipulação.
Segundo Coby Schal, professor de entomologia da Universidade Estadual da Carolina do Norte, o mimetismo dentro das espécies é raro na natureza. Recentemente, ele e seus colegas publicaram um artigo no site “Animal Behaviour” sobre uma estratégia que batizaram de assédio na prisão. Ele afirma que "os seres humanos fornecem às baratas o tipo de ecologia artificial que gera comportamentos realmente incomuns.
"Suprimentos irregulares, acesso insuficiente ao solo e ao nitrogênio.Não é de se admirar que as baratas jovens aprendam a trapacear.
Talvez o caso mais notável de mimetismo ocorrido recentemente é o do polvo mímico da Indonésia, com tantos truques de mudança de cor e de forma à sua disposição, que nem oito mãos conseguem segurá-lo.
Um relatório publicado este mês na revista “Biological Journal”, da Linnean Society, apresenta a história da evolução do Thaumoctopus mimicus, um molusco marinho descoberto há apenas doze anos.
Assim como outros polvos, o T.mimicus pode usar seu sistema nervoso para mudar instantaneamente de cor, criando padrões perfeitos de papel de parede. Porém, diferentemente da maioria dos polvos, o mímico opta por se tornar mais visível aos predadores em potencial.
Caso precise aventurar-se em águas perigosas, ele assume um disfarce ameaçador adequado ao contexto. Antes de sair nadando do fundo do mar, o polvo se arrepia e sua pele torna-se listrada, seu corpo e seus tentáculos tomam uma forma espinhosa, fazendo-se parecer com um tóxico peixe leão. Para deslizar pelo fundo do mar, o polvo deixa sua pele bege e esburacada, comprime o corpo, puxa seus membros para o lado: é um linguado, ondulando as barbatanas, olhando para baixo com seus olhos no alto da cabeça.
"Quando é perseguido por um peixe-donzela, ele transforma um de seus tentáculos em uma serpente do mar, seguindo seu padrão e contraste de cores. Além disso, ele incha a ponta do tentáculo para que se pareça com a cabeça da cobra", ilustra o Dr. Healy Hamilton, especialista em biodiversidade e informatização da Academia de Ciências da Califórnia e autor do relatório. "Serpentes do mar são predadores vorazes de peixes-donzela."
As imitações do polvo não são perfeitas, e nem precisam ser. “Se o predador parar por um instante, o polvo pode arremessar sua tinta e se afastar rapidamente”, diz ele.
Nós, humanos, também temos nossas pequenas doses de mimetismo. Ninguém quer ser ridicularizado ostensivamente ou trapaceado. As mímicas físicas, como a dos palhaços, são extremamente populares. No entanto, os psicólogos têm apreciado a profunda importância do mimetismo inconsciente, o qual nos faz sentir amados e valorizados ou simplesmente suavizam nossas tarefas cotidianas.
Sem perceber, quando conversamos com os amigos, combinamos nosso ritmo e tom de voz ao deles, adotamos postura similar e até mesmo imitamos os seus tiques. Estudos têm mostrado que quando os estudantes são instruídos a trabalhar em grupo com alguém que não para de mexer no cabelo ou tremer o pé, em seguida eles começam a reproduzir os mesmos gestos.
Os garçons que repetem os pedidos de seus clientes palavra por palavra ou que imitam sutilmente sua linguagem corporal recebem gorjetas melhores do que os garçons que resumem os pedidos ou desprezam sua fala corporal.
O laboratório do Dr. Rick van Baaren na Universidade de Radboud, na Holanda, descobriu recentemente que, em indivíduos que foram forçados a conviver com alguém instruído a evitar todas as formas de imitação verbal e comportamental os níveis de cortisol aumentaram. Foram necessárias repetidas mímicas para fazer suas taxas hormonais voltarem ao normal."Acredito que o efeito negativo de não ser imitado é até mais forte do que o efeito positivo de ser imitado", explica van Baaren.
A não ser que você seja um gato maracajá e acredite que sou um macaco.

sábado, 4 de setembro de 2010

02/09/2010 - 14h59 Stephen Hawking dispensa Deus na origem do Universo

Os avanços na Física moderna excluem Deus das teorias sobre a origem do Universo, afirma o astrofísico britânico Stephen Hawking, 68, em um novo livro do qual o jornal "The Times" publica nesta quinta-feira (2) alguns trechos.

Homem precisa abandonar a Terra logo, diz Hawking
Stephen Hawking publica novo livro em 7 de setembro
Acaso na vida é mais importante do que se pensa, afirma físico em livro

O livro "The Grand Design", escrito em parceria com o físico norte-americano Leonard Mlodinow, será lançado na próxima quinta-feira (9).
Sheryl Nadler/Reuters-20.jun.2010
O físico Stephen Hawking em cerimônia de abertura de Instituto de Física Teórica em Kitchener (Ontário, Canadá)
O físico Stephen Hawking em cerimônia de abertura de Instituto de Física Teórica em Kitchener (Ontário, Canadá)

Segundo Hawking, o Big Bang foi uma consequência inevitável" das leis da Física.

"Dado que existe uma lei como a da gravidade, o Universo pôde criar-se e se cria a partir do nada", afirmou. "A criação espontânea é a razão por que há algo em lugar do nada, de por que existe o Universo e por que existimos."

"Não é necessário invocar a Deus para acender o pavio e colocar o Universo em marcha", acrescenta.

Esta posição representa, segundo o "Times", uma evolução em relação ao que o cientista britânico havia escrito anteriormente sobre o tema.

Em sua obra "Uma Breve História do Tempo" (1998), um dos grandes best-sellers da literatura científica, Hawking sugeria que não existia incompatibilidade entre a noção de Deus como criador e uma compreensão científica do Universo.