Ciências e Tecnologia, Temas relacionados à Biologia, Curiosidades, Atividades de Classe e Extraclasse
terça-feira, 12 de junho de 2012
Incríveis fotos da Terra de 121MP, com cores jamais vistas
Discovery Channel
Publicado em 11.06.2012
Imagen: Captura de video.
Por Jaymi Heimbuch.
Ao longo dos anos, vimos imagens incríveis do nosso planeta,
registradas por astronautas e satélites. Percebemos como o planeta
parece uma bola de gude azul, com espirais brancas e pontos esparsos
verdes e dourados. Mas será que já vimos algo parecido com isto?
Estas fantásticas cores e detalhes foram captados por um satélite
russo, e revelam que, ao menos por enquanto, nosso planeta é maravilhoso
visto lá de cima. Segundo PetaPixel,
“este vídeo acelerado reúne imagens captadas ao longo de 6 dias, com
resolução de 121MB, tiradas a cada 30 minutos pelo satélite. As imagens
em si não são composições de várias outras, são apenas fotos
incrivelmente nítidas do planeta inteiro, tiradas a 22.000 quilômetros
de distância. São tão detalhadas que a resolução chega a cerca de 1
quilômetro por pixel — resumindo, não é um câmera de celular. Para que
as imagens tenham cores ainda mais vívidas, as fotos são tiradas em três
comprimentos de onda em vez de quatro, destacando a cor laranja, que na
verdade são imagens infravermelhas da vegetação”
Observe e entregue-se ao deslumbramento por alguns momentos. Veja mais imagens em Planet Earth.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
TOP 5 - Animais marinhos exóticos
TViG|Variedades > Mundo animal
A TViG preparou uma lista dos animais de aparência mais estranha que habitam os mares. Veja!
5º Lugar - Narval
Espécie
bem rara de baleia que vive no Círculo Polar Ártico. São animais bem
vulneráveis às alterações climáticas devido a uma estreita faixa
geográfica e dieta especializada.
4º Lugar - Lula vampira do inferno
Vive
nas profundezas do Atlântico e do Pacífico numa zona onde não há
penetração de luz, com uma profundidade de 400 a mil metros e uma
concentração de oxigênio de 3%.
3º Lugar - Porco do mar
Membro da família dos pepinos do mar, esse animal vive na escuridão dos mares, em locais inacessíveis aos olhos humanos.
2º lugar - Caranguejo Aranha Gigante
Considerado
o maior artrópode conhecido, essa espécie chega a quatro metros e vive
nas profundezas do Pacífico, sendo abundante no Japão.
1º lugar - Polvo Dumbo
Têm orelhas semelhantes ao personagem da Disney e vive nas altas profundidades e são os mais raros da espécie Octopuses.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
ATIVIDADE DE BIOLOGIA - 2º MÉDIO
1)
(CESCEM) “Em dois hectares de terra, foram plantadas 3.600 mudas de
eucalipto.” Qual das expressões abaixo apresenta um conceito
relacionado com essa afirmação?
a)
Sucessão ecológica.
b)
Competição intra-específica.
c)
Densidade de população.
d)
Nicho ecológico.
e)
Homeostase de populações.
2)
(PUC-SP) O tucunaré, peixe trazido da Amazônia para as lagoas de
captação das usinas estabelecidas ou em construção nos rios
Paraná, Tietê e Grande, adaptou-se às condições locais e serviu
como elemento de controle das populações de piranhas que ameaçavam
proliferar nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Minas
Gerais e São Paulo. O mesmo tucunaré terá sua criação
incrementada na barragem de Itaipu, afastando o perigo do domínio
das águas do Rio Paraná por cardumes de piranhas. A relação
tucunaré-piranha pode ser considerada como um método de controle
utilizado pelo homem para:
a)
aumento de taxa de mortalidade
b)
competição intra-específica.
c)
variação de nicho ecológico.
d)
alteração cíclica da população.
e)
controle biológico por predatismo.
3)
(FCC) Considere uma cadeia alimentar constituída por fitoplâncton,
peixes herbívoros e peixes carnívoros. Qual das alternativas
indica corretamente o que acontece com as outras populações
imediatamente após redução drástica dos peixes carnívoros?
FITOPLÂNCTON
|
PEIXES
HERBÍVOROS
|
|
a)
|
crescimento
|
crescimento
|
b)
|
diminuição
|
nenhuma
alteração
|
c)
|
crescimento
|
diminuição
|
d)
|
diminuição
|
crescimento
|
e)
|
nenhuma
alteração
|
diminuição
|
4)
(UFRN) Entre os fatores que determinam a diminuição da densidade de
uma população, podemos citar:
a)
mortalidade e longevidade.
b)
imigração e emigração.
c)
mortalidade e imigração.
d)
imigração e natalidade.
e)
emigração e mortalidade.
5)
(FCC-BA) Para calcular a densidade de uma população é necessário
conhecer o número de indivíduos que a compõem e:
a)
o espaço que ocupa.
b)
a taxa de mortalidade.
c)
a taxa de natalidade.
d)
o número de indivíduos que migram.
e)
o número de indivíduos de outras populações da mesma região.
6) A
sucessão ecológica pode ser primária ou secundária. Sobre a
sucessão primária, assinale a afirmativa correta.
a)
Tem início em áreas antes desabitadas, como as dunas.
b) Ocorre após a derrubada de florestas.
b) Ocorre após a derrubada de florestas.
c)
As mudanças no ambiente são muito rápidas.
d)
Os organismos já encontram condições favoráveis para seu
estabelecimento.
e)
Os organismos não modificam o ambiente.
7)
(CESGRANRIO) “Existiu, em uma determinada região, uma lagoa com
água límpida contendo apenas plâncton. O acúmulo de matéria
fornecida pelo plâncton permitiu que se formasse um fundo capaz de
sustentar plantas imersas. Surgiram depois, alguns animais que
começaram a povoar a lagoa, e o fundo acumulou detritos e nele se
desenvolveram plantas emergentes. A lagoa ficou cada vez mais rasa.
Surgiram os juncos nas margens, que foram “fechando” a lagoa. Ela
se transformou num brejo, e a comunidade que o habitava já era bem
diferente. Posteriormente, o terreno secou e surgiu um pasto que
poderá ser substituído, no futuro, por uma floresta”.
Este
texto apresenta um exemplo de:
a)
irradiação adaptativa
b)
dispersão de espécies
c)
sucessão ecológica
d)
pioneirismo
e)
domínio ecológico
8)
(PUC-SP) Numa sucessão de comunidade ocorre:
a)
constância de biomassa e de espécie.
b)
diminuição de biomassa e menor diversificação de espécies.
c)
diminuição de biomassa e maior diversificação de espécies.
d)
aumento de biomassa e menor diversificação de espécies.
e)
aumento de biomassa e maior diversificação de espécies.
9)
(UFCE) Observe as frases abaixo, relativas às características de um
ecossistema, à medida que a sucessão caminha para o clímax:
(1)
A diversidade em espécies vai aumentando.
(2)
Há um aumento nos nichos ecológicos, tornando a teia alimentar mais
complexa.
(4)
Há um aumento na biomassa total do ecossistema.
(8)
O ecossistema tende a uma maior estabilidade ao se aproximar do
clímax.
(16)
Não há modificação do meio físico do ecossistema nos diferentes
estágios da sucessão.
Dê,
como resposta, a soma dos números das alternativas corretas.
a)
3
b)
4
c)
8
d) 12
e) 15
e) 15
10) (UC-MG) A sucessão, num ecossistema, pode ser descrita como uma evolução em direção:
a)
ao aumento da produtividade líquida.
b)
à diminuição da competição.
c)
ao grande número de nichos ecológicos.
d)
à redução do número de espécies.
e)
à simplificação da teia alimentar.
11)
(UFSCAR-SP) A seguir estão descritas algumas relações entre seres
vivos:
I-
a rêmora acompanha o tubarão de perto e fica presa a ele por uma
ventosa. Ela aproveita os alimentos do tubarão e também a sua
locomoção, mas não prejudica e nem beneficia o seu hospedeiro.
II-
a alimentação predominante do cupim é a madeira, que lhe fornece
grande quantidade de celulose. Entretanto, ele não possui capacidade
digeri-la. Quem se responsabiliza pela degradação da celulose é um
protozoário que vive em seu intestino, de onde não precisa sair
para procurar alimento.
III-
as ervas-de-passarinho instalam-se sobre outras plantas, retirando
delas a seiva, que será utilizada para a fotossíntese.
IV-
nas caravelas existe uma união estreitas de indivíduo, cada um
deles especializados em determinadas funções como digestão,
reprodução e defesa.
V-
as orquídeas, vivendo sobre outras plantas, conseguem melhores
condições luminosas, mas nada retiram dos tecidos internos destas
plantas.
Essas
relações referem-se, respectivamente, a:
a)
mutualismo, comensalismo, hemiparasitismo, colônia, parasitismo.
b)
comensalismo, mutualismo, hemiparasitismo, colônia, epifitismo.
c)
comensalismo, mutualismo, epifitismo, colônia, hemiparasitismo.
d)
mutualismo, comensalismo, parasitismo, sociedade, epifitismo.
e)
hemiparasitismo, mutualismo, parasitismo, colônia, epifitismo.
12)
(CESGRANRIO) Se duas espécies diferentes ocuparem num mesmo
ecossistema o mesmo nicho ecológico, é provável que:
a)
se estabeleça entre elas uma relação harmônica.
b)
se estabeleça uma competição interespecífica.
c)
se estabeleça uma competição intra-específica.
d)
uma das espécies seja produtora e a outra, consumidora.
e)
uma das espécies ocupe um nível trófico elevado.
13)
A associação existente entre os ruminantes e as bactérias que
vivem em seu estômago é um caso de :
a)
mutualismo.
b)
parasitismo.
c)
comensalismo.
d)
competição interespecífica.
e)
competição intraespecífica.
14)
Podem organizar-se em sociedades:
a)
aranhas.
b)
besouros.
c)
gafanhotos.
d)
traças.
e)
vespas.
15)
(PUC) Quando o relacionamento entre dois seres vivos resulta em
benefício para ambos os associados, dizemos que ocorre:
a)
mutualismo.
b)
comensalismo.
c)
hiperparasitismo.
d)
parasitismo.
e)
inquilinismo.
16)
(CESGRANRIO) No combate às larvas dos anofelinos ( mosquitos
transmissores da malária), foi utilizado, com eficiência, um
pequeno peixe larvófago (Gambusia affinis). A utilização
deste animal, na área de saneamento para o controle dessa
parasitose, foi bem sucedida em regiões infestadas pelo Anopheles,
e onde era grande a incidência da malária.
O
método citado, não poluente, substitui o clássico processo de
deposição de óleo em superfície da água, que mata as larvas por
asfixia.
A
ação do peixe Gambusia affinis em relação aos anofelinos é
um exemplo de:
a)
predatismo.
b)
parasitismo.
c)
comensalismo.
d) simbiose.
e) amensalismo.
e) amensalismo.
17) (SANTA CASA) Observando-se cuidadosamente o trecho abaixo:
"I
é um celenterado (hidra) que vive sobre a concha vazia do molusco
II, agora ocupada por um crustáceo III ( sem carapaça) e IV é um
peixe carnívoro. I consegue alimento mais facilmente que quando
fixado sobre uma rocha; por sua vez, III lucra, podendo alimentar-se
dos restos de I além de defender-se de IV que se alimenta de III mas
evita aproximar-se devido à presença de I, que ele teme".
Está
certo dizer que há uma relação ecológica de :
a)
Comensalismo entre I e III.
b)
Protocooperação entre I e III.
c)
Predação entre I e IV.
d)
Mutualismo entre II e III.
e)
Há duas respostas corretas.
18)
Assinale a opção que indica a Relação Ecológica ilustrada nos
seguintes exemplos:
I) Um cavalo está cheio de carrapatos, fixos a sua pele, sugando seu sangue.
II) A tênia é um platelminto que vive no intestino de mamíferos.
III) Os afídeos (pulgões) são insetos que retiram seiva elaborada de certas plantas.
a) Parasitismo.
b) Competição.
c) Mutualismo.
d) Sociedade.
e) Canibalismo.
I) Um cavalo está cheio de carrapatos, fixos a sua pele, sugando seu sangue.
II) A tênia é um platelminto que vive no intestino de mamíferos.
III) Os afídeos (pulgões) são insetos que retiram seiva elaborada de certas plantas.
a) Parasitismo.
b) Competição.
c) Mutualismo.
d) Sociedade.
e) Canibalismo.
19)
Moradores dizem que há risco de queda de árvores na zona norte.
(...)
Um dos moradores reclama de duas árvores cheias de cupim, que ficam
em frente à sua casa: " - Quero ver quando a árvore cair sobre
um carro e matar alguém, o que a prefeitura vai dizer."(...)
(Folha de S.Paulo, 12.01.2005.)
Embora
se alimentem da madeira, os cupins são incapazes de digerir a
celulose, o que é feito por certos protozoários que vivem em seu
intestino. As relações inter-específicas cupim-árvore e
cupim-protozoário podem ser classificadas, respectiva-mente, como
casos de:
a)
predação e comensalismo.
b)
comensalismo e parasitismo.
c)
parasitismo e competição.
d)
parasitismo e mutualismo.
e)
inquilinismo e mutualismo.
20.
A comunidade clímax constitui a etapa final de uma sucessão
ecológica. Considera-se que a comunidade chegou ao clímax quando
a)
as teias alimentares, menos complexas, são substituídas por cadeias
alimentares.
b)
a produção primária bruta é igual ao consumo.
c) cessam a competição interespecífica e a compe-tição intraespecífica.
c) cessam a competição interespecífica e a compe-tição intraespecífica.
d)
a produção primária líquida é alta.
e)
a biomassa vegetal iguala-se à biomassa dos consumidores
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Serpente e lamparina só no nome
Em julho, a coluna O nome dos bichos revela os significados dos nomes de um estranho animal envolto em lendas.
O nome dos bichos - 01-07-2011
Nos
meses de julho, entre os anos de 2006 e 2008, um amigo e eu
apresentávamos um curso dirigido a produtores rurais sobre serpentes
brasileiras. Alguém sempre perguntava sobre a “serpente com asas”,
também conhecida como jaquiranaboia. Em muitas regiões, principalmente
na Amazônia, este animal é temido pelas pessoas que vivem no campo. Elas
acreditam que ele possui um veneno mortal e que resseca as árvores
onde pousa.
Tudo isso é lenda! A jaquiranaboia não tem veneno
algum, nem é perigosa. Alimenta-se da seiva de árvores, e é incapaz de
ressecá-las. Mas por que a chamam de “serpente com asas”?
A cabeça
da jaquiranaboia possui um tipo de tromba, cujo formato lembra a cabeça
de uma cobra. É por isso que tem quem ache que esse bicho é uma
serpente alada! Só que, na verdade, trata-se de um inseto do grupo das
cigarras. De serpente, a jaquiranaboia não tem nada além do nome, que em
tupi-guarani quer dizer “cigarra-cobra”, por causa do aspecto de sua
cabeça.
Outros nomes populares, como jequitiranaboia, jitiranaboia, tiramboia e tiranaboia são uma variação da palavra jaquiranaboia, e têm o mesmo significado.
Lamparina
Nos
séculos 17 e 18, alguns pesquisadores que exploravam as florestas da
América do Sul afirmaram que a jaquiranaboia era capaz de emitir luz à
noite, como uma lamparina. Essa história acabou influenciando na hora de
se batizar as primeiras espécies com nomes científicos. Quer ver só?
As jaquiranaboias pertencem ao gênero Fulgora. Este é o nome da deusa dos relâmpagos na mitologia romana, e tem origem na palavra fulgur,
que significa “relâmpago” em latim. Três espécies brasileiras possuem
nome específico que faz referência à capacidade de emitir luz à noite: Fulgora lampetis, Fulgora laternaria e Fulgora lucifera. A palavra lampetis vem do grego “aquele que possui brilho”. Já o latim é a língua de origem das palavras laternaria (que significa “aquele que ilumina com lanterna”) e lucifera
(portador da luz).Só que existe um grande “porém” nisso tudo: até hoje
ninguém mostrou uma jaquiranaboia emitindo luz! Então, parece que essa
história também é lenda.
Outras cinco espécies de jaquiranaboia ocorrem no Brasil: Fulgora castresii, Fulgora cearensis, Fulgora graciliceps, Fulgora riograndensis e Fulgora servillei.
Os nomes específicos de Fulgora cearensis e Fulgora riograndensis fazem
referência ao estado brasileiro onde foram descobertas, e em latim
significam, respectivamente, “pertencente ao Ceará” e “pertencente ao
Rio Grande do Sul”. Já os nomes Fulgora castresii e Fulgora servillei
são, homenagens a um coronel chamado Castres e ao pesquisador de
insetos Jean Guillaume Audinet-Serville, nascido na França. Por fim, o
nome específico de Fulgora graciliceps vem do latim “cabeça fina”.
Agora,
se você avistar uma jaquiranaboia, já sabe que não precisa ter medo.
Aproveite para tirar fotos e se lembrar das histórias por trás dos nomes
desse incrível inseto!
Um dos nomes populares da jaquiranaboia em inglês é peanut-headed bug, que quer dizer “bicho cabeça-de-amendoim”. Bem apropriado, não acha?
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a
história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a
gente na coluna O nome dos bichos
Muitas (mas nem tantas) pernas
Responda rápido: quantas pernas uma centopeia tem?
O nome dos bichos - 01-06-2012 Imprimir
A palavra “centopeia” tem origem em centumpeda e centipeda,
que, em latim, significam “com cem pés”. Apesar de o nome ser bastante
sugestivo, há alguns probleminhas com ele: em primeiro lugar, as pernas
das centopeias não possuem “pés”, mas apenas uma garra em sua
extremidade; em segundo lugar – e mais importante –, não se conhece
nenhuma centopeia com cem pernas!
Os
cientistas já catalogaram mais de 3 mil espécies de centopeias ao redor
do mundo, sendo que 145 delas foram registradas no Brasil. Todas as
centopeias possuem um corpo alongado, formado por uma cabeça e vários
segmentos, cada um com um par de pernas – uma perna para cada lado.
Dependendo
da espécie, o número desses segmentos pode variar de 15 a 191, o que
quer dizer que as centopeias têm entre 30 e 382 pernas. Porém, para
possuir 100 pernas, o corpo de uma centopeia precisa ter 50 segmentos,
certo? Mas é aí que vem a primeira curiosidade: não se conhece até hoje
nenhuma centopeia em que o total de segmentos do corpo seja um número
par, e, por isso, nenhuma delas tem exatamente 100 pernas.
Outro
fato curioso é que, embora algumas espécies tenham mais de 100 pernas, a
maioria possui apenas 30, 42 ou 46 pernas – ou seja, 15, 21 ou 23
segmentos.
As centopeias também são conhecidas por “lacraias”, palavra que surgiu a partir de al’aqrab,
que, na língua árabe, significa “ferrão” ou “escorpião”. O motivo
talvez seja o fato de as centopeias – que são carnívoras – possuírem um
par de membros especiais sob a cabeça chamados “forcípulas”, capazes de
injetar um veneno usado para paralisar suas presas. E fica a dica: se
você encontrar uma centopeia, não tente pegá-la com as mãos, pois sua
picada pode ser muito dolorosa!
Uma das espécies de lacraia mais comuns em nosso país é a Scolopendra viridicornis. Scolopendra quer dizer “centopeia” em grego, enquanto viridicornis
significa “chifre verde” em latim. O motivo desse nome é que, nesta
espécie, a base das antenas (localizadas no topo da cabeça) tem
coloração esverdeada.
A Scolopendra viridicornis faz parte de um grupo de centopeias com cerca de 600 espécies no mundo, chamado Scolopendromorpha – “forma de Scolopendra”
em grego. Até pouco tempo atrás, todas as Scolopendromorpha conhecidas
tinham 42 ou 46 pernas, mas a história mudou em 2008, quando
pesquisadores apresentaram uma nova espécie do interior do Brasil.
Batizada de Scolopendropsis duplicata,
a nova centopeia apresenta 78 ou 86 pernas, ou seja, o dobro de pernas
de muitas outras espécies do grupo Scolopendromorpha – daí o nome duplicata, que, em latim, quer dizer “duplicado” ou “em dobro”. Por sua vez, o nome Scolopendropsis vem do grego “com aparência de Scolopendra”, pois as espécies desses dois gêneros são bem parecidas.
Agora que você aprendeu um monte de
coisas sobre as centopeias ou lacraias, que tal repetir aos amigos a
pergunta do início do texto: Quantas pernas uma centopeia tem? Será que
alguém acerta?
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a
história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a
gente na coluna O nome dos bichos
Dançarinas do mar
Neste mês, a coluna O nome dos bichos apresenta uma lesma bailarina do fundo do mar
O nome dos bichos - 02-09-2011
Apesar
de o nosso planeta se chamar Terra, a maior parte dele é coberta pelas
águas dos oceanos. Essa imensidão azul abriga milhares de espécies
conhecidas pelos cientistas – e acredita-se que ainda existam mais de
dois milhões a serem descobertas.
Alguns dos habitantes mais
interessantes do fundo do mar são as lesmas-marinhas, que nos intrigam
com suas exuberantes formas e cores.
A maioria das lesmas-marinhas
atinge apenas alguns milímetros ou poucos centímetros de comprimento.
Mas há espécies maiores, que podem chegar a mais de 40 centímetros, como
é o caso daquelas conhecidas como dançarinas-espanholas.
Duas espécies de dançarinas-espanholas são reconhecidas atualmente: Hexabranchus sanguineus, que vive no Mar Vermelho e na região tropical do Oceano Índico e do Oceano Pacífico, e Hexabranchus morsomus, que habita os mares do Caribe.
Se você
é atento, já notou um detalhe: nenhuma dessas espécies ocorre no
litoral da Espanha. Então por que são chamadas de dançarinas-espanholas?
É
uma questão, digamos, de estilo. Quando as dançarinas-espanholas nadam,
seu corpo se mexe de tal forma que lembra os movimentos do vestido de
uma dançarina de flamenco, dança típica da Espanha. Foi assim que essas
lesmas ganharam seu nome comum!
Já o nome científico tem outra história. Hexabranchus significa “seis brânquias” em grego e faz referência ao número de brânquias que esses animais possuem.
A espécie Hexabranchus sanguineus
foi batizada em 1828, com base em dois exemplares coletados no Mar
Vermelho, cujo corpo tinha forte cor avermelhada. Por este motivo,
foi-lhe dado o nome específico sanguineus, que em latim quer
dizer “de sangue”. Porém, hoje se sabe que, ao longo de toda sua ampla
área de ocorrência, esta espécie pode apresentar variações na coloração,
havendo exemplares com manchas brancas e até mesmo amarelos.
Por sua vez, o nome específico da dançarina-espanhola-do-Caribe,Hexabranchus morsomus, não faz nenhuma referência a cores. A palavra morsomus é uma homenagem a pesquisadores da Dinamarca que estudaram lesmas-marinhas no Caribe, e tem origem na palavra dinamarquesa morsom, que significa “engraçado”, “divertido”.
Engraçadas
ou não, uma coisa é fato: as dançarinas-espanholas trazem mais beleza
aos nossos oceanos! Se você ainda tem dúvidas, assista ao vídeo abaixo,
em que uma dessas bailarinas marinhas dá um show:
O doce nome das abelhas
Você nem imagina a história por trás do mel que está na cozinha da sua casa!
O nome dos bichos - 03-02-2012
Quem
é que não gosta de mel? Além de saboroso, esse é um alimento benéfico
para nossa saúde, pois contém diversos nutrientes. E você certamente
sabe que animais fabricam o mel, não é? As abelhas!
O tipo de mel mais consumido por nós, e mais encontrado nos mercados, é produzido pelas abelhas da espécie Apis mellifera.
Seu nome científico, criado em 1758 pelo sueco Carl Linné, significa,
em latim, “abelha que carrega mel”. Só que as abelhas não carregam mel…
Elas fabricam!
Pensando nisso, em 1761, Linné “corrigiu” o nome dessa espécie para Apis mellifica,
que quer dizer “abelha que fabrica mel”. Mas, anos depois, quando os
cientistas criaram novas regras para se batizar os animais, ficou
decidido que esse tipo de correção feita por Linné não valia. Assim, o
nome Apis mellifera voltou a ser utilizado no lugar de Apis mellifica.
Embora seja a espécie de abelha mais comum no Brasil, a Apis mellifera
não é nativa daqui, mas da Europa, da África e da Ásia. As primeiras
colmeias foram trazidas de Portugal em 1839 pelo padre Antônio Carneiro –
não para produção de mel, mas para fornecer cera para as velas usadas
durante as missas.
Poucos anos depois,
imigrantes europeus começaram a trazer colmeias para fazer mel em suas
propriedades. Até a década de 1950, a produção era bem pequena, e passou
a ficar ainda menor com o aparecimento de doenças que quase
exterminaram as abelhas.
Foi aí que o Ministério da Agricultura
enviou o pesquisador brasileiro Warwick Kerr para trazer algumas abelhas
da África para o Brasil. Apesar de também pertencerem à espécie Apis mellifera,
as abelhas-africanas são mais resistentes a doenças e produzem mais mel
que as europeias. Mas têm um problema: são muito bravas!
A
solução foi cruzar abelhas-africanas e abelhas-europeias para produzir
descendentes com as melhores características das duas – ou seja, abelhas
que produzissem bastante mel, fossem resistentes e, ao mesmo tempo,
mansas. Só que a tentativa não deu certo. Antes de as pesquisas
terminarem, vinte e seis colmeias africanas fugiram!
Na época foi
um alvoroço só, e todo mundo ficou morrendo de medo de ser atacado pelas
abelhas-africanas. Com o tempo, elas se espalharam por todo o país e
foram se misturando com as colmeias dos criadores de abelhas, os
apicultores.
Aos poucos – e com ajuda de cientistas –, os
apicultores se acostumaram a lidar com “nova” abelha, que ficou
conhecida como “abelha-africanizada”. Na verdade, até passaram a gostar
dela porque, embora seja mais brava que sua prima da Europa, não é tão
irritada como a africana. Ao mesmo tempo, também fabrica bastante mel e é
bem resistente a doenças. Não é à toa que, hoje, o Brasil é um dos
maiores produtores de mel do mundo.
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a
história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a
gente na coluna O nome dos bichos
domingo, 3 de junho de 2012
Como controlar colesterol e triglicérides sem remédios
IG > Saúde > Bem Estar
Em muitos casos, uma dieta saudável basta para manter os dois em níveis seguros
Thaís Manarini, especial para o iG São Paulo
|
Triglicérides
Apesar de serem vistos como vilões, o colesterol e os triglicérides são dois tipos de gorduras essenciais para o organismo.
O primeiro é necessário para a produção de novas células, sais
biliares, vitamina D e de hormônios esteróides – como testosterona e
progesterona. Já o segundo tem como principal função regular a reserva
de energia.
O problema é que em excesso ambos trazem prejuízos à saúde.
De acordo com a nutricionista Joana Lucyk, da Clínica Saúde Ativa, de
Brasília (DF), a primeira medida para barrar a evolução dessa dupla é
modificar a dieta. “Essa é a forma preferencial de tratamento”, afirma.
A psicopedagoga Márcia Cristina da Silva Neves Luciano, 42 anos, de
São Paulo, SP, é uma das que conseguiu reduzir as taxas de colesterol e
triglicérides, que estavam no limite, só com a mudança de hábitos.
“Optei por não tomar remédios. Por isso, passei a controlar a dieta
fazer exercícios, como caminhada e Pilates”, diz.
Um dos principais desafios enfrentados por Márcia foi diminuir o
consumo de massas – ela é fã confessa de pãezinhos e bolos. Para tornar o
pecado mais saudável, ela trocou o pão francês tradicional por um feito
com farinha integral e aveia. Nos pratos preparados em casa, também
substituiu a farinha de trigo por sua versão integral. Com a ajuda de
uma nutricionista ensinou a substituir o óleo de soja pelo azeite nas
preparações, assim como a aumentar o consumo de frutas e legumes.
O café-da-manhã, que antes era feito às pressas, hoje é um momento
sagrado para Márcia. “Aprendi que preciso fazer essa refeição em casa,
tranquilamente. Assim não ataco a cesta de pães e as guloseimas servidas
no trabalho pela manhã”, observa. Com esses pequenos ajustes, a
psicopedagoga conseguiu, em aproximadamente 90 dias, fazer os índices de
colesterol e triglicérides voltarem ao normal. Para seguir seu exemplo,
aprenda mais sobre as duas substâncias e descubra quais alimentos são
aliados na empreitada.
Colesterol
Enquanto uma parte dessa gordura é produzida pelo fígado, a outra
chega por meio da alimentação. No sangue, ela circula ligada a
proteínas, formando partículas – as que mais se destacam são a LDL e
HDL. “A principal diferença entre elas é que a LDL carrega o colesterol
para os tecidos do organismo, enquanto a HDL o despacha para o fígado,
onde acontece sua eliminação sobre a forma de sais biliares”, conta a
nutricionista Fernanda Serpa, membro da diretoria do Centro Brasileiro
de Nutrição Funcional (CBNF).
É daí que vem a má fama da LDL: quando aparece em grandes
quantidades, ele contribui para a formação de placas de gordura
(ateromas). Essas, por sua vez, podem obstruir a circulação de um órgão
importante, como o coração, levando a eventos como o infarto. Segundo
Joana, há casos em que a genética do paciente leva a desequilíbrios nos
níveis de colesterol. Nos outros, a alimentação costuma ser o grande
gatilho para o surgimento do problema.
Leia mais:
Pessoas que têm o colesterol alto no DNA
Portanto, para não ter surpresas desagradáveis ao se submeter ao
exame de sangue (que deve ser realizado anualmente), é bom ficar de olho
naquilo que coloca no prato. Alimentos de origem animal, por exemplo,
são campeões em colesterol. Por outro lado, há aqueles que são
verdadeiros aliados, pois ajudam a reduzir as taxas dessa substância no
sangue. Veja as orientações:
Não exagere em...
Carnes, especialmente as gordurosas, vísceras (fígado, miolo, miúdos), embutidos, peles de aves e asa de frango
Laticínios (leite integral, queijos amarelos, creme de leite, molhos gordurosos)
Frutos do mar (camarão, lula, etc.)
Manteiga (bolos prontos, tortas, massa folheada, biscoitos amanteigados)
Banha de porco
Sorvete, biscoitos recheados, leite condensado, chocolate (o branco é o pior) fast food e salgados (principalmente os folheados)
Laticínios (leite integral, queijos amarelos, creme de leite, molhos gordurosos)
Frutos do mar (camarão, lula, etc.)
Manteiga (bolos prontos, tortas, massa folheada, biscoitos amanteigados)
Banha de porco
Sorvete, biscoitos recheados, leite condensado, chocolate (o branco é o pior) fast food e salgados (principalmente os folheados)
Inclua na dieta
Aveia: ela contém uma fibra que auxilia na redução do
colesterol LDL. Segundo a diretora da Nutconsult, estudos demonstraram
que pacientes que consumiam 3 gramas dessa fibra conseguiram uma redução
de 8 a 23% no colesterol total. Para consumir esse valor, é preciso
comer cerca de duas colheres de sopa cheias de farelo de aveia. “É no
farelo que encontramos a maior concentração dessa fibra”, explica
Fernanda.
Soja: a agência reguladora de alimentos e medicamentos
FDA (Food and Drug Administration) sugere o consumo de 25 gramas de
proteína de soja ao dia para evitar o aparecimento de doenças do
coração, já que auxilia na redução dos níveis de LDL e colesterol total.
Fitoesteróis: essas substâncias são encontradas nos
vegetais (como semente de girassol) e também barram a absorção de
gordura da dieta, o que favorece a redução do colesterol. “É preciso
consumir 1,6 gramas de fitoesteróis diariamente para observar uma
diminuição de 8 a 15% nas taxas de colesterol”, informa Fernanda. Como
eles não são tão abundantes assim nos vegetais, a indústria alimentícia
decidiu isolá-los. Sendo assim, podem ser encontrados em produtos como
margarinas e iogurtes.
Antioxidantes: eles (e aqui se destacam os flavonóides)
podem inibir a oxidação das partículas LDL, diminuindo seu poder de
obstrução de vasos sanguíneos. Os flavonóides são encontrados
principalmente em vegetais verde-escuros, frutas (como cereja, amora,
uva, morango, jabuticaba e maçã), grãos (linhaça, soja, etc), sementes,
castanhas, condimentos e ervas (cúrcuma, orégano, cravo e alecrim) e
também em bebidas, como vinho, suco de uva e chás.
Triglicérides
A nutricionista de Brasília comenta que o consumo elevado de
carboidratos simples e refinados e bebidas alcoólicas pode fazer as
taxas de triglicérides irem às alturas. Quando isso acontece, além de
complicações cardiovasculares e diabetes, a pessoa fica mais sujeita a
desenvolver pancreatite e sofrer redução dos níveis de HDL, aquela
partícula considerada benéfica por facilitar a eliminação do colesterol
pelo organismo.
A boa notícia é que ao adotar uma dieta uma dieta equilibrada, os
efeitos positivos sobre os níveis de triglicérides não demoram a
aparecer. “A resposta à modificação alimentar é muito mais rápida e
fácil nesses casos do que naqueles de colesterol elevado”, compara
Fernanda Serpa.
Aprenda como montar o cardápio:
• Não exagere no açúcar: dependendo do caso, vale substituí-lo por adoçantes
• Limite a quantidade de carboidratos: não consuma em uma mesma
refeição arroz, macarrão, batata e farofa. “Opte por apenas uma fonte de
carboidrato e, se possível, em sua versão integral”, sugere a diretora
da Nutconsult, do Rio de Janeiro.
• Controle a ingestão de doces em geral, como refrigerantes, sucos em caixa já adoçados, sobremesas, balas, etc.
Inclua na dieta
Inclua na dieta
Alimentos ricos em ômega 3. Fernanda conta que essa substância
auxilia no controle e redução dos triglicérides e, por isso, deve fazer
parte da alimentação. Para obtê-la, basta apostar em peixes, como
cavala, sardinha, salmão, atum, bacalhau e arenque.
A recomendação, segundo a nutricionista, é de 180 gramas do alimento
durante a semana. “Pode-se optar também por cápsulas contendo óleo de
peixe. Mas, nesse caso, é importante procurar por um nutricionista ou
médico para prescrição do suplemento”, observa.
Mão na massa
Muitas pessoas têm dúvidas de como incluir os alimentos citados no
dia-a-dia. Por isso, Fernanda Serpa, diretora da Nutconsult Consultoria
Nutricional, preparou algumas dicas práticas.
Prefira o farelo de aveia, pois é nele que está concentrada a maior
parte da fibra solúvel responsável pelos efeitos redutores da absorção
da gordura da dieta. A dose? Duas colheres de sopa ao dia podem ser
usadas em cima de frutas (como a banana picada), da salada de frutas ou
com feijão (substituindo a farinha). Outra alternativa é misturar o
farelo a vitaminas.
A soja pode ser utilizada como proteína texturizada de soja (PTS).
Assim, é possível usá-la no lugar da carne moída, depois de hidratada e
refogada, ou em conjunto com a carne bovina para fazer a carne moída.
A quantidade de peixe recomendada é de 180 gramas por semana, o que
corresponde a três porções pequenas ou duas porções grandes de peixe
(sardinha, anchova, arenque, salmão, atum, etc).
Os fitosteróis são encontrados em margarinas e iogurtes enriquecidos.
Nesses casos, a recomendação é de 20 gramas de margarina (1 colher de
sopa) ou um pote de iogurte.
Os antioxidantes devem ser adquiridos por meio do consumo de quatro
frutas ao dia e de vegetais e legumes no almoço e jantar (várias cores
para adquirir diferentes fitoquímicos). Além disso, vale apostar em chá
verde, suco de uva integral e farelo de linhaça.
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sábado, 2 de junho de 2012
Cientistas israelenses desenvolvem maconha medicinal sem 'barato'
02/06/2012
-
08h07
PACIENTES
DA BBC BRASIL
Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo
de maconha medicinal, neutralizando a substância THC, que gera os
efeitos cognitivos e psicológicos conhecidos como "barato".
De acordo com a professora Ruth Gallily, especialista em imunologia da
Universidade Hebraica de Jerusalém, a segunda substância mais importante
da cannabis -o canabidiol (CBD)-- tem propriedades "altamente benéficas
e significativas" para doentes que sofrem de diabetes, artrite
reumatóide e doença de Crohn.
Z. Klein/BBC Brasil |
Folha da plantação da empresa Tikkun Olam |
Gallily, que estuda os efeitos medicinais da cannabis há 15 anos, disse à
BBC Brasil que o CBD que se encontra na planta "não gera qualquer
fenômeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reações inflamatórias,
sendo muito útil para o tratamento de doenças autoimunes".
"Obtivemos resultados fantásticos nas experiências que fizemos in vitro e
com ratos, no laboratório da Universidade Hebraica", afirmou a
cientista, que é professora da Faculdade de Medicina.
De acordo com ela, após o tratamento com o CBD, o índice de mortalidade
em consequência de diabetes nos animais foi reduzido em 60%, tanto em
casos de diabetes tipo 1 como tipo 2.
"Para pacientes idosos que sofrem de artrite reumatoide, o uso da
cannabis pode ter efeitos maravilhosos e melhorar muito a qualidade de
vida", disse Gallily.
"Constatamos em nossas experiências que o CBD leva à diminuição
significativa e muito rápida do inchaço em consequência da artrite."
A pesquisadora afirma que remédios à base de CBD seriam muito mais
baratos que os medicamentos convencionais no tratamento dessas doenças.
A empresa Tikkun Olam obteve a licença do Ministério da Saúde israelense
para desenvolver a maconha medicinal e cultiva diversas variedades da
planta em estufas na Galileia, no norte de Israel.
Z. Klein/BBC Brasil | ||
Plantação de maconha da empresa Tikkun Olam |
De acordo com Zachi Klein, diretor de pesquisa da Tikkun Olam, mais de
8.000 doentes em Israel já são tratados com cannabis, a qual recebem com
receitas médicas autorizadas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com Klein, a empresa pretende desenvolver um tipo de maconha
com proporções diferentes de THC e canabidiol, para poder ajudar a
diversos tipos de pacientes.
"Há pacientes para os quais o THC é muito benéfico, pois ajuda a melhorar o estado de espírito e abrir o apetite", afirmou.
Ele diz ainda que, em casos de doentes de câncer, a cannabis em seu
estado natural, com o THC, pode melhorar a qualidade de vida, já que a
substância provoca a fome conhecida como "larica", incentivando os
pacientes a se alimentarem.
O psiquiatra Yehuda Baruch acredita que "o CBD tem significados
medicinais fortes que devem ser examinados". Baruch, que é o responsável
pela utilização da maconha medicinal no Ministério da Saúde, disse à
BBC Brasil que "sem o THC, a cannabis será bem menos atraente para os
traficantes de drogas".
O psiquiatra afirmou que nos próximos meses o Ministério da Saúde dará
inicio a um estudo sobre os efeitos do THC e do CBD em pacientes que
sofrem dores crônicas.
O experimento será feito com 50 pacientes, que serão divididos em dois
grupos. Um grupo receberá cannabis com alto nível de THC e baixo nível
de CBD e o segundo receberá mais canabidiol do que THC.
Depois de um mês os grupos serão trocados e, durante a experiência, os
pacientes preencherão questionários avaliando as alterações na
intensidade da dor.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Mamífero descoberto há 20 anos continua sendo mistério para os cientistas
UOL Notícias . Ciências
Noel Caballero
Em Bangcoc
O saola, um mamífero parecido com o antílope que habita as selvas
fronteiriças entre o Laos e o Vietnã, ainda é um mistério para a
comunidade científica duas décadas após seu descobrimento.
"É um animal extremamente reservado. Os cientistas ainda não puderam
estudá-lo em estado selvagem apesar de habitarem em uma área reduzida e
os capturados não conseguiram sobreviver", disse Nick Cox, diretor do
Programa de Espécies do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) para a área
do Grande Mekong, em um comunicado divulgado na semana passada.
As primeiras provas de sua existência datam de 1992, quando um grupo de
exploradores do WWF e do Ministério de Florestas vietnamita encontrou a
ossada de um exemplar que não reconheceram na choça de um caçador local
na reserva nacional de Vu Quang, no Vietnã, perto da fronteira com o
Laos.
O crânio, estranhamente longo para as espécies conhecidas e com dois
chifres longos e retos, representava a descoberta de um novo mamífero em
mais de 50 anos, quando em 1937 os cientistas encontraram uma espécie
de bovino selvagem nas selvas do norte do Camboja que batizaram como
kouprey.
Desde então pouco se avançou no conhecimento dos costumes e
comportamentos deste escorregadio vertebrado de 90 centímetros de altura
e 100 quilos, cujas primeiras imagens foram feitas em 1999 por uma
câmara automática na região laosiana de Bolikhamxay.
Há dois anos nessa mesma região, localizada na parte central do Laos,
conseguiram capturar com vida um exemplar que morreu em cativeiro alguns
dias depois e antes que os especialistas pudessem examiná-lo.
"Os cientistas não puderam calcular o número de saolas (que vivem em
liberdade) devido às dificuldades para detectá-los. Se as coisas vão
bem, pode haver cerca de 200, mas se vão mal sua população seria
inferior a dez espécimes", declarou à Agência Efe Sarah Bladen, chefe de
comunicação do WWF para o Grande Mekong.
Os esforços para salvar o saola, classificado pelos conservacionistas
como espécie "em risco crítico de extinção" redobraram desde que se
confirmou no ano passado a extinção do rinoceronte-de-java no Vietnã
pelas mãos de caçadores.
As autoridades do Vietnã e do Laos estabeleceram, desde a descoberta do
saola, uma rede de áreas protegidas e criaram algumas reservas naturais
para proteger o habitat natural deste raro exemplar.
No entanto, a principal ameaça para sua sobrevivência e reprodução é a
caça ilegal, embora seja assim de forma indireta porque o animal não faz
parte do lucrativo negócio da venda ilegal ou da demanda da medicina
tradicional chinesa.
"Apesar de sua raridade, o saola é um dos poucos vertebrados da
Annamita (cordilheira montanhosa que se estende por Laos, Vietnã e
Camboja) sem um alto preço no mercado negro, e só é capturado pelos
caçadores de maneira acidental", declarou William Robichaud, coordenador
do grupo de trabalho para a proteção desta espécie.
Nas últimas décadas, a exploração das recônditas selvas do Vietnã e do
Laos permitiu descobrir um bom número de animais e plantas até então
desconhecidos.
Apenas em 2010, especialistas de WWF percorreram os diferentes
ecossistemas que enriquecem o delta do Mekong e descobriram 208 novas
espécies, entre elas cinco plantas carnívoras e um macaco sem nariz.
"O saola completou o 20º aniversário de seu descobrimento, mas não
haverá mais comemorações a menos que se tomem medidas urgentes para sua
proteção", concluiu Chris Hallam, da organização WCS-Laos.
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