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terça-feira, 12 de junho de 2012

Earth HD| Time Lapse View from Space, Fly Over | NASA, ISS


Incríveis fotos da Terra de 121MP, com cores jamais vistas

Discovery Channel 

Planeta-tierra-121mp 
Imagen: Captura de video.
Ao longo dos anos, vimos imagens incríveis do nosso planeta, registradas por astronautas e satélites. Percebemos como o planeta parece uma bola de gude azul, com espirais brancas e pontos esparsos verdes e dourados. Mas será que já vimos algo parecido com isto?
Estas fantásticas cores e detalhes foram captados por um satélite russo, e revelam que, ao menos por enquanto, nosso planeta é maravilhoso visto lá de cima. Segundo PetaPixel, “este vídeo acelerado reúne imagens captadas ao longo de 6 dias, com resolução de 121MB, tiradas a cada 30 minutos pelo satélite. As imagens em si não são composições de várias outras, são apenas fotos incrivelmente nítidas do planeta inteiro, tiradas a 22.000 quilômetros de distância. São tão detalhadas que a resolução chega a cerca de 1 quilômetro por pixel — resumindo, não é um câmera de celular. Para que as imagens tenham cores ainda mais vívidas, as fotos são tiradas em três comprimentos de onda em vez de quatro, destacando a cor laranja, que na verdade são imagens infravermelhas da vegetação”
 
 
Observe e entregue-se ao deslumbramento por alguns momentos. Veja mais imagens em Planet Earth.
 
 
 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

TOP 5 - Animais marinhos exóticos

TViG|Variedades > Mundo animal



A TViG preparou uma lista dos animais de aparência mais estranha que habitam os mares. Veja!

5º Lugar - Narval
Espécie bem rara de baleia que vive no Círculo Polar Ártico. São animais bem vulneráveis às alterações climáticas devido a uma estreita faixa geográfica e dieta especializada.

4º Lugar - Lula vampira do inferno
Vive nas profundezas do Atlântico e do Pacífico numa zona onde não há penetração de luz, com uma profundidade de 400 a mil metros e uma concentração de oxigênio de 3%.

3º Lugar - Porco do mar
Membro da família dos pepinos do mar, esse animal vive na escuridão dos mares, em locais inacessíveis aos olhos humanos.

2º lugar - Caranguejo Aranha Gigante
Considerado o maior artrópode conhecido, essa espécie chega a quatro metros e vive nas profundezas do Pacífico, sendo abundante no Japão.

1º lugar - Polvo Dumbo
Têm orelhas semelhantes ao personagem da Disney e vive nas altas profundidades e são os mais raros da espécie Octopuses.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

ATIVIDADE DE BIOLOGIA - 2º MÉDIO


1) (CESCEM) “Em dois hectares de terra, foram plantadas 3.600 mudas de eucalipto.” Qual das expressões abaixo apresenta um conceito relacionado com essa afirmação?
a) Sucessão ecológica.
b) Competição intra-específica.
c) Densidade de população.
d) Nicho ecológico.
e) Homeostase de populações.

2) (PUC-SP) O tucunaré, peixe trazido da Amazônia para as lagoas de captação das usinas estabelecidas ou em construção nos rios Paraná, Tietê e Grande, adaptou-se às condições locais e serviu como elemento de controle das populações de piranhas que ameaçavam proliferar nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Minas Gerais e São Paulo. O mesmo tucunaré terá sua criação incrementada na barragem de Itaipu, afastando o perigo do domínio das águas do Rio Paraná por cardumes de piranhas. A relação tucunaré-piranha pode ser considerada como um método de controle utilizado pelo homem para:
a) aumento de taxa de mortalidade
b) competição intra-específica.
c) variação de nicho ecológico.
d) alteração cíclica da população.
e) controle biológico por predatismo.

3) (FCC) Considere uma cadeia alimentar constituída por fitoplâncton, peixes herbívoros e peixes carnívoros. Qual das alternativas indica corretamente o que acontece com as outras populações imediatamente após redução drástica dos peixes carnívoros?

FITOPLÂNCTON
PEIXES HERBÍVOROS
a)
crescimento
crescimento
b)
diminuição
nenhuma alteração
c)
crescimento
diminuição
d)
diminuição
crescimento
e)
nenhuma alteração
diminuição

4) (UFRN) Entre os fatores que determinam a diminuição da densidade de uma população, podemos citar:
a) mortalidade e longevidade.
b) imigração e emigração.
c) mortalidade e imigração.
d) imigração e natalidade.
e) emigração e mortalidade.

5) (FCC-BA) Para calcular a densidade de uma população é necessário conhecer o número de indivíduos que a compõem e:
a) o espaço que ocupa.
b) a taxa de mortalidade.
c) a taxa de natalidade.
d) o número de indivíduos que migram.
e) o número de indivíduos de outras populações da mesma região.

6) A sucessão ecológica pode ser primária ou secundária. Sobre a sucessão primária, assinale a afirmativa correta.
a) Tem início em áreas antes desabitadas, como as dunas.
b) Ocorre após a derrubada de florestas.
c) As mudanças no ambiente são muito rápidas.
d) Os organismos já encontram condições favoráveis para seu estabelecimento.
e) Os organismos não modificam o ambiente.

7) (CESGRANRIO) “Existiu, em uma determinada região, uma lagoa com água límpida contendo apenas plâncton. O acúmulo de matéria fornecida pelo plâncton permitiu que se formasse um fundo capaz de sustentar plantas imersas. Surgiram depois, alguns animais que começaram a povoar a lagoa, e o fundo acumulou detritos e nele se desenvolveram plantas emergentes. A lagoa ficou cada vez mais rasa. Surgiram os juncos nas margens, que foram “fechando” a lagoa. Ela se transformou num brejo, e a comunidade que o habitava já era bem diferente. Posteriormente, o terreno secou e surgiu um pasto que poderá ser substituído, no futuro, por uma floresta”.
Este texto apresenta um exemplo de:
a) irradiação adaptativa
b) dispersão de espécies
c) sucessão ecológica
d) pioneirismo
e) domínio ecológico

8) (PUC-SP) Numa sucessão de comunidade ocorre:
a) constância de biomassa e de espécie.
b) diminuição de biomassa e menor diversificação de espécies.
c) diminuição de biomassa e maior diversificação de espécies.
d) aumento de biomassa e menor diversificação de espécies.
e) aumento de biomassa e maior diversificação de espécies.

9) (UFCE) Observe as frases abaixo, relativas às características de um ecossistema, à medida que a sucessão caminha para o clímax:
(1) A diversidade em espécies vai aumentando.
(2) Há um aumento nos nichos ecológicos, tornando a teia alimentar mais complexa.
(4) Há um aumento na biomassa total do ecossistema.
(8) O ecossistema tende a uma maior estabilidade ao se aproximar do clímax.
(16) Não há modificação do meio físico do ecossistema nos diferentes estágios da sucessão.

Dê, como resposta, a soma dos números das alternativas corretas.
a) 3
b) 4
c) 8
d) 12
e) 15

10) (UC-MG) A sucessão, num ecossistema, pode ser descrita como uma evolução em direção:
a) ao aumento da produtividade líquida.
b) à diminuição da competição.
c) ao grande número de nichos ecológicos.
d) à redução do número de espécies.
e) à simplificação da teia alimentar.

11) (UFSCAR-SP) A seguir estão descritas algumas relações entre seres vivos:
I- a rêmora acompanha o tubarão de perto e fica presa a ele por uma ventosa. Ela aproveita os alimentos do tubarão e também a sua locomoção, mas não prejudica e nem beneficia o seu hospedeiro.
II- a alimentação predominante do cupim é a madeira, que lhe fornece grande quantidade de celulose. Entretanto, ele não possui capacidade digeri-la. Quem se responsabiliza pela degradação da celulose é um protozoário que vive em seu intestino, de onde não precisa sair para procurar alimento.
III- as ervas-de-passarinho instalam-se sobre outras plantas, retirando delas a seiva, que será utilizada para a fotossíntese.
IV- nas caravelas existe uma união estreitas de indivíduo, cada um deles especializados em determinadas funções como digestão, reprodução e defesa.
V- as orquídeas, vivendo sobre outras plantas, conseguem melhores condições luminosas, mas nada retiram dos tecidos internos destas plantas.

Essas relações referem-se, respectivamente, a:
a) mutualismo, comensalismo, hemiparasitismo, colônia, parasitismo.
b) comensalismo, mutualismo, hemiparasitismo, colônia, epifitismo.
c) comensalismo, mutualismo, epifitismo, colônia, hemiparasitismo.
d) mutualismo, comensalismo, parasitismo, sociedade, epifitismo.
e) hemiparasitismo, mutualismo, parasitismo, colônia, epifitismo.

12) (CESGRANRIO) Se duas espécies diferentes ocuparem num mesmo ecossistema o mesmo nicho ecológico, é provável que:
a) se estabeleça entre elas uma relação harmônica.
b) se estabeleça uma competição interespecífica.
c) se estabeleça uma competição intra-específica.
d) uma das espécies seja produtora e a outra, consumidora.
e) uma das espécies ocupe um nível trófico elevado.

13) A associação existente entre os ruminantes e as bactérias que vivem em seu estômago é um caso de :
a) mutualismo.
b) parasitismo.
c) comensalismo.
d) competição interespecífica.
e) competição intraespecífica.

14) Podem organizar-se em sociedades:
a) aranhas.
b) besouros.
c) gafanhotos.
d) traças.
e) vespas.

15) (PUC) Quando o relacionamento entre dois seres vivos resulta em benefício para ambos os associados, dizemos que ocorre:
a) mutualismo.
b) comensalismo.
c) hiperparasitismo.
d) parasitismo.
e) inquilinismo.

16) (CESGRANRIO) No combate às larvas dos anofelinos ( mosquitos transmissores da malária), foi utilizado, com eficiência, um pequeno peixe larvófago (Gambusia affinis). A utilização deste animal, na área de saneamento para o controle dessa parasitose, foi bem sucedida em regiões infestadas pelo Anopheles, e onde era grande a incidência da malária.
O método citado, não poluente, substitui o clássico processo de deposição de óleo em superfície da água, que mata as larvas por asfixia.
A ação do peixe Gambusia affinis em relação aos anofelinos é um exemplo de:
a) predatismo.
b) parasitismo.
c) comensalismo.
d) simbiose.
e) amensalismo.

17) (SANTA CASA) Observando-se cuidadosamente o trecho abaixo:
"I é um celenterado (hidra) que vive sobre a concha vazia do molusco II, agora ocupada por um crustáceo III ( sem carapaça) e IV é um peixe carnívoro. I consegue alimento mais facilmente que quando fixado sobre uma rocha; por sua vez, III lucra, podendo alimentar-se dos restos de I além de defender-se de IV que se alimenta de III mas evita aproximar-se devido à presença de I, que ele teme".
Está certo dizer que há uma relação ecológica de :
a) Comensalismo entre I e III.
b) Protocooperação entre I e III.
c) Predação entre I e IV.
d) Mutualismo entre II e III.
e) Há duas respostas corretas.

18) Assinale a opção que indica a Relação Ecológica ilustrada nos seguintes exemplos:
I) Um cavalo está cheio de carrapatos, fixos a sua pele, sugando seu sangue.
II) A tênia é um platelminto que vive no intestino de mamíferos.
III) Os afídeos (pulgões) são insetos que retiram seiva elaborada de certas plantas.

a) Parasitismo.
b) Competição.
c) Mutualismo.
d) Sociedade.
e) Canibalismo.

19) Moradores dizem que há risco de queda de árvores na zona norte.
(...) Um dos moradores reclama de duas árvores cheias de cupim, que ficam em frente à sua casa: " - Quero ver quando a árvore cair sobre um carro e matar alguém, o que a prefeitura vai dizer."(...) (Folha de S.Paulo, 12.01.2005.)
Embora se alimentem da madeira, os cupins são incapazes de digerir a celulose, o que é feito por certos protozoários que vivem em seu intestino. As relações inter-específicas cupim-árvore e cupim-protozoário podem ser classificadas, respectiva-mente, como casos de:
a) predação e comensalismo.
b) comensalismo e parasitismo.
c) parasitismo e competição.
d) parasitismo e mutualismo.
e) inquilinismo e mutualismo.

20. A comunidade clímax constitui a etapa final de uma sucessão ecológica. Considera-se que a comunidade chegou ao clímax quando
a) as teias alimentares, menos complexas, são substituídas por cadeias alimentares.
b) a produção primária bruta é igual ao consumo.
c) cessam a competição interespecífica e a compe-tição intraespecífica.
d) a produção primária líquida é alta.
e) a biomassa vegetal iguala-se à biomassa dos consumidores

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Serpente e lamparina só no nome

Em julho, a coluna O nome dos bichos revela os significados dos nomes de um estranho animal envolto em lendas.

O nome dos bichos - 01-07-2011
Nos meses de julho, entre os anos de 2006 e 2008, um amigo e eu apresentávamos um curso dirigido a produtores rurais sobre serpentes brasileiras. Alguém sempre perguntava sobre a “serpente com asas”, também conhecida como jaquiranaboia. Em muitas regiões, principalmente na Amazônia, este animal é temido pelas pessoas que vivem no campo. Elas acreditam  que ele possui um veneno mortal e que resseca as árvores onde pousa.
Tudo isso é lenda! A jaquiranaboia não tem veneno algum, nem é perigosa. Alimenta-se da seiva de árvores, e é incapaz de ressecá-las. Mas por que a chamam de “serpente com asas”?
A cabeça da jaquiranaboia possui um tipo de tromba, cujo formato lembra a cabeça de uma cobra. É por isso que tem quem ache que esse bicho é uma serpente alada! Só que, na verdade, trata-se de um inseto do grupo das cigarras. De serpente, a jaquiranaboia não tem nada além do nome, que em tupi-guarani quer dizer “cigarra-cobra”, por causa do aspecto de sua cabeça.
A jaquiranaboia é um inseto grande, que alcança 10 centímetros de comprimento, e vive na América Central e na América do Sul. No Brasil são conhecidas oito espécies, que habitam regiões de quase todo o país. (foto: Arthur Chapman / Creative Commons).
Outros nomes populares, como jequitiranaboia, jitiranaboia, tiramboia e tiranaboia são uma variação da palavra jaquiranaboia, e têm o mesmo significado.
Lamparina
Nos séculos 17 e 18, alguns pesquisadores que exploravam as florestas da América do Sul afirmaram que a jaquiranaboia era capaz de emitir luz à noite, como uma lamparina. Essa história acabou influenciando na hora de se batizar as primeiras espécies com nomes científicos. Quer ver só?
As jaquiranaboias pertencem ao gênero Fulgora. Este é o nome da deusa dos relâmpagos na mitologia romana, e tem origem na palavra fulgur, que significa “relâmpago” em latim. Três espécies brasileiras possuem nome específico que faz referência à capacidade de emitir luz à noite: Fulgora lampetis, Fulgora laternaria e Fulgora lucifera. A palavra lampetis vem do grego “aquele que possui brilho”. Já o latim é a língua de origem das palavras laternaria (que significa “aquele que ilumina com lanterna”) e lucifera (portador da luz).Só que existe um grande “porém” nisso tudo: até hoje ninguém mostrou uma jaquiranaboia emitindo luz! Então, parece que essa história também é lenda.
Para muita gente, a tromba da jaquiranaboia lembra a cabeça de uma serpente. Para mim, se parece mais com a cabeça de um jacaré. E você, o que acha? (foto: Gustavo Morejon / Creative Commons).
Outras cinco espécies de jaquiranaboia ocorrem no Brasil: Fulgora castresii, Fulgora cearensis, Fulgora graciliceps, Fulgora riograndensis e Fulgora servillei. Os nomes específicos de Fulgora cearensis e Fulgora riograndensis fazem referência ao estado brasileiro onde foram descobertas, e em latim significam, respectivamente,  “pertencente ao Ceará” e “pertencente ao Rio Grande do Sul”. Já os nomes Fulgora castresii e Fulgora servillei são, homenagens a um coronel chamado Castres e ao pesquisador de insetos Jean Guillaume Audinet-Serville, nascido na França. Por fim, o nome específico de Fulgora graciliceps vem do latim “cabeça fina”.
Agora, se você avistar uma jaquiranaboia, já sabe que não precisa ter medo. Aproveite para tirar fotos e se lembrar das histórias por trás dos nomes desse incrível inseto!
Quando a jaquiranaboia abre suas asas, é possível ver manchas que lembram os olhos de uma coruja. Isso é uma estratégia que ajuda a afugentar predadores. (foto: Gilberto M. Palma).
Um dos nomes populares da jaquiranaboia em inglês é peanut-headed bug, que quer dizer “bicho cabeça-de-amendoim”. Bem apropriado, não acha?
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a gente na coluna O nome dos bichos

Muitas (mas nem tantas) pernas

Responda rápido: quantas pernas uma centopeia tem?

O nome dos bichos - 01-06-2012 Imprimir
A palavra “centopeia” tem origem em centumpeda e centipeda, que, em latim, significam “com cem pés”. Apesar de o nome ser bastante sugestivo, há alguns probleminhas com ele: em primeiro lugar, as pernas das centopeias não possuem “pés”, mas apenas uma garra em sua extremidade; em segundo lugar – e mais importante –, não se conhece nenhuma centopeia com cem pernas!
A Scolopendra viridicornis pode atingir mais de 10 centímetros de comprimento, e ocorre em boa parte do Brasil. Observe bem a foto e veja que essa espécie possui 21 segmentos e, portanto, 42 pernas, sendo que o último par é o maior e pode ser usado para ajudar a segurar suas presas. Mas atenção: a cabeça – à esquerda na foto – não entra na conta! (Foto: Amazonas Chagas Júnior)
Os cientistas já catalogaram mais de 3 mil espécies de centopeias ao redor do mundo, sendo que 145 delas foram registradas no Brasil. Todas as centopeias possuem um corpo alongado, formado por uma cabeça e vários segmentos, cada um com um par de pernas – uma perna para cada lado.
Dependendo da espécie, o número desses segmentos pode variar de 15 a 191, o que quer dizer que as centopeias têm entre 30 e 382 pernas. Porém, para possuir 100 pernas, o corpo de uma centopeia precisa ter 50 segmentos, certo? Mas é aí que vem a primeira curiosidade: não se conhece até hoje nenhuma centopeia em que o total de segmentos do corpo seja um número par, e, por isso, nenhuma delas tem exatamente 100 pernas.
Outro fato curioso é que, embora algumas espécies tenham mais de 100 pernas, a maioria possui apenas 30, 42 ou 46 pernas – ou seja, 15, 21 ou 23 segmentos.
Muita gente confunde os piolhos-de-cobra com centopeias. Embora ambos sejam parentes próximos na história evolutiva, os piolhos-de-cobra possuem uma diferença marcante: dois pares de pernas por segmento do corpo. Além disso, não possuem forcípulas inoculadoras de veneno. Em algumas regiões eles também são conhecidos por nomes como “gagogi” e “gongolô” (Foto: Jud MacCranie; Wikimedia Commons)
As centopeias também são conhecidas por “lacraias”, palavra que surgiu a partir de al’aqrab, que, na língua árabe, significa “ferrão” ou “escorpião”. O motivo talvez seja o fato de as centopeias – que são carnívoras – possuírem um par de membros especiais sob a cabeça chamados “forcípulas”, capazes de injetar um veneno usado para paralisar suas presas. E fica a dica: se você encontrar uma centopeia, não tente pegá-la com as mãos, pois sua picada pode ser muito dolorosa!
Uma das espécies de lacraia mais comuns em nosso país é a Scolopendra viridicornis. Scolopendra quer dizer “centopeia” em grego, enquanto viridicornis significa “chifre verde” em latim. O motivo desse nome é que, nesta espécie, a base das antenas (localizadas no topo da cabeça) tem coloração esverdeada.
A Scolopendra viridicornis faz parte de um grupo de centopeias com cerca de 600 espécies no mundo, chamado Scolopendromorpha – “forma de Scolopendra” em grego. Até pouco tempo atrás, todas as Scolopendromorpha conhecidas tinham 42 ou 46 pernas, mas a história mudou em 2008, quando pesquisadores apresentaram uma nova espécie do interior do Brasil.
Batizada de Scolopendropsis duplicata, a nova centopeia apresenta 78 ou 86 pernas, ou seja, o dobro de pernas de muitas outras espécies do grupo Scolopendromorpha – daí o nome duplicata, que, em latim, quer dizer “duplicado” ou “em dobro”. Por sua vez, o nome Scolopendropsis vem do grego “com aparência de Scolopendra”, pois as espécies desses dois gêneros são bem parecidas.
A Scolopendropsis duplicata foi encontrada no estado do Tocantins, em um local que hoje está inundado devido à construção de uma usina hidrelétrica. Após estudarem o material que tinha sido coletado e enviado para coleções científicas, três especialistas perceberam que se tratava de uma espécie até então desconhecida. Depois disso, os pesquisadores já procuraram indivíduos dessa centopeia em áreas próximas daquela onde foi descoberta, mas sem sucesso. As únicas fotografias existentes são dos exemplares conservados para estudo (Foto: Amazonas Chagas Júnior e colaboradores / Zootaxa / Magnolia Press 2008)
Agora que você aprendeu um monte de coisas sobre as centopeias ou lacraias, que tal repetir aos amigos a pergunta do início do texto: Quantas pernas uma centopeia tem? Será que alguém acerta?
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a gente na coluna O nome dos bichos

Dançarinas do mar

Neste mês, a coluna O nome dos bichos apresenta uma lesma bailarina do fundo do mar

O nome dos bichos - 02-09-2011
Apesar de o nosso planeta se chamar Terra, a maior parte dele é coberta pelas águas dos oceanos. Essa imensidão azul abriga milhares de espécies conhecidas pelos cientistas – e acredita-se que ainda existam mais de dois milhões a serem descobertas.
Alguns dos habitantes mais interessantes do fundo do mar são as lesmas-marinhas, que nos intrigam com suas exuberantes formas e cores.
A maioria das lesmas-marinhas atinge apenas alguns milímetros ou poucos centímetros de comprimento. Mas há espécies maiores, que podem chegar a mais de 40 centímetros, como é o caso daquelas conhecidas como dançarinas-espanholas.
O corpo das dançarinas-espanholas possui algumas toxinas que são obtidas a partir das esponjas-marinhas das quais se alimentam. Essas toxinas também estão presentes em seus ovos, e garantem proteção contra predadores (Foto: Raymond G. / Creative Commons)
Duas espécies de dançarinas-espanholas são reconhecidas atualmente: Hexabranchus sanguineus, que vive no Mar Vermelho e na região tropical do Oceano Índico e do Oceano Pacífico, e Hexabranchus morsomus, que habita os mares do Caribe.
Dançarinas-espanholas com o corpo todo vermelho são típicas do Mar Vermelho, entre a África e a Ásia. Já nas águas tropicais dos oceanos Índico e Pacífico, são registrados indivíduos com incríveis variações de coloração (Fotos: Doug Anderson e Thierry Cailleux / Creative Commons)
Se você é atento, já notou um detalhe: nenhuma dessas espécies ocorre no litoral da Espanha. Então por que são chamadas de dançarinas-espanholas?
É uma questão, digamos, de estilo. Quando as dançarinas-espanholas nadam, seu corpo se mexe de tal forma que lembra os movimentos do vestido de uma dançarina de flamenco, dança típica da Espanha. Foi assim que essas lesmas ganharam seu nome comum!
Já o nome científico tem outra história. Hexabranchus significa “seis brânquias” em grego e faz referência ao número de brânquias que esses animais possuem.
A espécie Hexabranchus sanguineus foi batizada em 1828, com base em dois exemplares coletados no Mar Vermelho, cujo corpo tinha forte cor avermelhada. Por este motivo, foi-lhe dado o nome específico sanguineus, que em latim quer dizer “de sangue”. Porém, hoje se sabe que, ao longo de toda sua ampla área de ocorrência, esta espécie pode apresentar variações na coloração, havendo exemplares com manchas brancas e até mesmo amarelos.
Por sua vez, o nome específico da dançarina-espanhola-do-Caribe,Hexabranchus  morsomus, não faz nenhuma referência a cores. A palavra morsomus é uma homenagem a pesquisadores da Dinamarca que estudaram lesmas-marinhas no Caribe, e tem origem na palavra dinamarquesa morsom, que significa “engraçado”, “divertido”.
Engraçadas ou não, uma coisa é fato: as dançarinas-espanholas trazem mais beleza aos nossos oceanos! Se você ainda tem dúvidas, assista ao vídeo abaixo, em que uma dessas bailarinas marinhas dá um show:

O flamenco é uma dança típica da Espanha, originada no século 18. Veja como as dançarinas-espanholas lembram um vestido de flamenco em movimento (Foto: Albuquerque / Creative Commons)
As brânquias das dançarinas-espanholas lembram pequenas árvores, que captam o oxigênio dissolvido na água. (Foto: Divemecressi / Creative Commons)


 

Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a gente na coluna O nome dos bichos


O doce nome das abelhas

Você nem imagina a história por trás do mel que está na cozinha da sua casa!

O nome dos bichos - 03-02-2012
Quem é que não gosta de mel? Além de saboroso, esse é um alimento benéfico para nossa saúde, pois contém diversos nutrientes. E você certamente sabe que animais fabricam o mel, não é? As abelhas!
Abelha
A palavra “abelha” tem origem na palavra ‘apicula’, diminutivo de ‘apis’, que é o nome desses animais em latim (Foto: Muhammad Mahdi Karim/ Wikimedia Commons)
O tipo de mel mais consumido por nós, e mais encontrado nos mercados, é produzido pelas abelhas da espécie Apis mellifera. Seu nome científico, criado em 1758 pelo sueco Carl Linné, significa, em latim, “abelha que carrega mel”. Só que as abelhas não carregam mel… Elas fabricam!
Pensando nisso, em 1761, Linné “corrigiu” o nome dessa espécie para Apis mellifica, que quer dizer “abelha que fabrica mel”. Mas, anos depois, quando os cientistas criaram novas regras para se batizar os animais, ficou decidido que esse tipo de correção feita por Linné não valia. Assim, o nome Apis mellifera voltou a ser utilizado no lugar de Apis mellifica.
Embora seja a espécie de abelha mais comum no Brasil, a Apis mellifera não é nativa daqui, mas da Europa, da África e da Ásia. As primeiras colmeias foram trazidas de Portugal em 1839 pelo padre Antônio Carneiro – não para produção de mel, mas para fornecer cera para as velas usadas durante as missas.
Abelha
As abelhas-africanas fugitivas se reproduziram e se misturaram com as abelhas-europeias dos apicultores, aumentaram em número, e foram se espalhando pelo Brasil, seguindo viagem em direção ao norte. Hoje, é possível encontrá-las até nos Estados Unidos! (Foto: Tiago Gama Oliveira/ Creative Commons)
Poucos anos depois, imigrantes europeus começaram a trazer colmeias para fazer mel em suas propriedades. Até a década de 1950, a produção era bem pequena, e passou a ficar ainda menor com o aparecimento de doenças que quase exterminaram as abelhas.
Foi aí que o Ministério da Agricultura enviou o pesquisador brasileiro Warwick Kerr para trazer algumas abelhas da África para o Brasil. Apesar de também pertencerem à espécie Apis mellifera, as abelhas-africanas são mais resistentes a doenças e produzem mais mel que as europeias. Mas têm um problema: são muito bravas!
A solução foi cruzar abelhas-africanas e abelhas-europeias para produzir descendentes com as melhores características das duas – ou seja, abelhas que produzissem bastante mel, fossem resistentes e, ao mesmo tempo, mansas. Só que a tentativa não deu certo. Antes de as pesquisas terminarem, vinte e seis colmeias africanas fugiram!
Na época foi um alvoroço só, e todo mundo ficou morrendo de medo de ser atacado pelas abelhas-africanas. Com o tempo, elas se espalharam por todo o país e foram se misturando com as colmeias dos criadores de abelhas, os apicultores.
Aos poucos – e com ajuda de cientistas –, os apicultores se acostumaram a lidar com “nova” abelha, que ficou conhecida como “abelha-africanizada”. Na verdade, até passaram a gostar dela porque, embora seja mais brava que sua prima da Europa, não é tão irritada como a africana. Ao mesmo tempo, também fabrica bastante mel e é bem resistente a doenças. Não é à toa que, hoje, o Brasil é um dos maiores produtores de mel do mundo.
Mel
Antes de os portugueses chegarem ao Brasil, os indígenas consumiam mel fabricado por abelhas nativas e sem ferrão! Dizem que este mel é até mais saboroso e nutritivo que o da abelha-africanizada... (Foto: Christiano Figueira/ Blogue Abelhas do Brasil)
Henrique Caldeira Costa, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal
Curioso desde criança, Henrique tem um interesse especial em pesquisar a história por trás dos nomes científicos dos animais, que partilha com a gente na coluna O nome dos bichos

domingo, 3 de junho de 2012

Como controlar colesterol e triglicérides sem remédios

IG > Saúde > Bem Estar

Em muitos casos, uma dieta saudável basta para manter os dois em níveis seguros

Thaís Manarini, especial para o iG São Paulo |

Foto: Edu Cesar/Fotoarena Colesterol: Márcia conseguiu reduzir suas taxas mudando seus hábitos alimentares
Apesar de serem vistos como vilões, o colesterol e os triglicérides são dois tipos de gorduras essenciais para o organismo.
O primeiro é necessário para a produção de novas células, sais biliares, vitamina D e de hormônios esteróides – como testosterona e progesterona. Já o segundo tem como principal função regular a reserva de energia.
O problema é que em excesso ambos trazem prejuízos à saúde.
De acordo com a nutricionista Joana Lucyk, da Clínica Saúde Ativa, de Brasília (DF), a primeira medida para barrar a evolução dessa dupla é modificar a dieta. “Essa é a forma preferencial de tratamento”, afirma.
A psicopedagoga Márcia Cristina da Silva Neves Luciano, 42 anos, de São Paulo, SP, é uma das que conseguiu reduzir as taxas de colesterol e triglicérides, que estavam no limite, só com a mudança de hábitos. “Optei por não tomar remédios. Por isso, passei a controlar a dieta fazer exercícios, como caminhada e Pilates”, diz.
Um dos principais desafios enfrentados por Márcia foi diminuir o consumo de massas – ela é fã confessa de pãezinhos e bolos. Para tornar o pecado mais saudável, ela trocou o pão francês tradicional por um feito com farinha integral e aveia. Nos pratos preparados em casa, também substituiu a farinha de trigo por sua versão integral. Com a ajuda de uma nutricionista ensinou a substituir o óleo de soja pelo azeite nas preparações, assim como a aumentar o consumo de frutas e legumes.
O café-da-manhã, que antes era feito às pressas, hoje é um momento sagrado para Márcia. “Aprendi que preciso fazer essa refeição em casa, tranquilamente. Assim não ataco a cesta de pães e as guloseimas servidas no trabalho pela manhã”, observa. Com esses pequenos ajustes, a psicopedagoga conseguiu, em aproximadamente 90 dias, fazer os índices de colesterol e triglicérides voltarem ao normal. Para seguir seu exemplo, aprenda mais sobre as duas substâncias e descubra quais alimentos são aliados na empreitada.
Colesterol
Enquanto uma parte dessa gordura é produzida pelo fígado, a outra chega por meio da alimentação. No sangue, ela circula ligada a proteínas, formando partículas – as que mais se destacam são a LDL e HDL. “A principal diferença entre elas é que a LDL carrega o colesterol para os tecidos do organismo, enquanto a HDL o despacha para o fígado, onde acontece sua eliminação sobre a forma de sais biliares”, conta a nutricionista Fernanda Serpa, membro da diretoria do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional (CBNF).
É daí que vem a má fama da LDL: quando aparece em grandes quantidades, ele contribui para a formação de placas de gordura (ateromas). Essas, por sua vez, podem obstruir a circulação de um órgão importante, como o coração, levando a eventos como o infarto. Segundo Joana, há casos em que a genética do paciente leva a desequilíbrios nos níveis de colesterol. Nos outros, a alimentação costuma ser o grande gatilho para o surgimento do problema.
Portanto, para não ter surpresas desagradáveis ao se submeter ao exame de sangue (que deve ser realizado anualmente), é bom ficar de olho naquilo que coloca no prato. Alimentos de origem animal, por exemplo, são campeões em colesterol. Por outro lado, há aqueles que são verdadeiros aliados, pois ajudam a reduzir as taxas dessa substância no sangue. Veja as orientações:
Foto: Getty Images/Photodisc Carnes e embutidos pedem consumo moderado
Não exagere em...
Carnes, especialmente as gordurosas, vísceras (fígado, miolo, miúdos), embutidos, peles de aves e asa de frango
Laticínios (leite integral, queijos amarelos, creme de leite, molhos gordurosos)
Frutos do mar (camarão, lula, etc.)
Manteiga (bolos prontos, tortas, massa folheada, biscoitos amanteigados)
Banha de porco
Sorvete, biscoitos recheados, leite condensado, chocolate (o branco é o pior) fast food e salgados (principalmente os folheados)
Inclua na dieta
Aveia: ela contém uma fibra que auxilia na redução do colesterol LDL. Segundo a diretora da Nutconsult, estudos demonstraram que pacientes que consumiam 3 gramas dessa fibra conseguiram uma redução de 8 a 23% no colesterol total. Para consumir esse valor, é preciso comer cerca de duas colheres de sopa cheias de farelo de aveia. “É no farelo que encontramos a maior concentração dessa fibra”, explica Fernanda.
Soja: a agência reguladora de alimentos e medicamentos FDA (Food and Drug Administration) sugere o consumo de 25 gramas de proteína de soja ao dia para evitar o aparecimento de doenças do coração, já que auxilia na redução dos níveis de LDL e colesterol total.
Fitoesteróis: essas substâncias são encontradas nos vegetais (como semente de girassol) e também barram a absorção de gordura da dieta, o que favorece a redução do colesterol. “É preciso consumir 1,6 gramas de fitoesteróis diariamente para observar uma diminuição de 8 a 15% nas taxas de colesterol”, informa Fernanda. Como eles não são tão abundantes assim nos vegetais, a indústria alimentícia decidiu isolá-los. Sendo assim, podem ser encontrados em produtos como margarinas e iogurtes.
Antioxidantes: eles (e aqui se destacam os flavonóides) podem inibir a oxidação das partículas LDL, diminuindo seu poder de obstrução de vasos sanguíneos. Os flavonóides são encontrados principalmente em vegetais verde-escuros, frutas (como cereja, amora, uva, morango, jabuticaba e maçã), grãos (linhaça, soja, etc), sementes, castanhas, condimentos e ervas (cúrcuma, orégano, cravo e alecrim) e também em bebidas, como vinho, suco de uva e chás.

Triglicérides
A nutricionista de Brasília comenta que o consumo elevado de carboidratos simples e refinados e bebidas alcoólicas pode fazer as taxas de triglicérides irem às alturas. Quando isso acontece, além de complicações cardiovasculares e diabetes, a pessoa fica mais sujeita a desenvolver pancreatite e sofrer redução dos níveis de HDL, aquela partícula considerada benéfica por facilitar a eliminação do colesterol pelo organismo.
A boa notícia é que ao adotar uma dieta uma dieta equilibrada, os efeitos positivos sobre os níveis de triglicérides não demoram a aparecer. “A resposta à modificação alimentar é muito mais rápida e fácil nesses casos do que naqueles de colesterol elevado”, compara Fernanda Serpa.
Aprenda como montar o cardápio:
• Não exagere no açúcar: dependendo do caso, vale substituí-lo por adoçantes
• Limite a quantidade de carboidratos: não consuma em uma mesma refeição arroz, macarrão, batata e farofa. “Opte por apenas uma fonte de carboidrato e, se possível, em sua versão integral”, sugere a diretora da Nutconsult, do Rio de Janeiro.
• Controle a ingestão de doces em geral, como refrigerantes, sucos em caixa já adoçados, sobremesas, balas, etc.

Inclua na dieta
Alimentos ricos em ômega 3. Fernanda conta que essa substância auxilia no controle e redução dos triglicérides e, por isso, deve fazer parte da alimentação. Para obtê-la, basta apostar em peixes, como cavala, sardinha, salmão, atum, bacalhau e arenque.
A recomendação, segundo a nutricionista, é de 180 gramas do alimento durante a semana. “Pode-se optar também por cápsulas contendo óleo de peixe. Mas, nesse caso, é importante procurar por um nutricionista ou médico para prescrição do suplemento”, observa.
Mão na massa
Muitas pessoas têm dúvidas de como incluir os alimentos citados no dia-a-dia. Por isso, Fernanda Serpa, diretora da Nutconsult Consultoria Nutricional, preparou algumas dicas práticas.
Prefira o farelo de aveia, pois é nele que está concentrada a maior parte da fibra solúvel responsável pelos efeitos redutores da absorção da gordura da dieta. A dose? Duas colheres de sopa ao dia podem ser usadas em cima de frutas (como a banana picada), da salada de frutas ou com feijão (substituindo a farinha). Outra alternativa é misturar o farelo a vitaminas.
Foto: Getty Images/Photodisc Aumentar o consumo de vegetais é fundamental para combater o colesterol alto
A soja pode ser utilizada como proteína texturizada de soja (PTS). Assim, é possível usá-la no lugar da carne moída, depois de hidratada e refogada, ou em conjunto com a carne bovina para fazer a carne moída.
A quantidade de peixe recomendada é de 180 gramas por semana, o que corresponde a três porções pequenas ou duas porções grandes de peixe (sardinha, anchova, arenque, salmão, atum, etc).
Os fitosteróis são encontrados em margarinas e iogurtes enriquecidos. Nesses casos, a recomendação é de 20 gramas de margarina (1 colher de sopa) ou um pote de iogurte.
Os antioxidantes devem ser adquiridos por meio do consumo de quatro frutas ao dia e de vegetais e legumes no almoço e jantar (várias cores para adquirir diferentes fitoquímicos). Além disso, vale apostar em chá verde, suco de uva integral e farelo de linhaça.
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sábado, 2 de junho de 2012

Cientistas israelenses desenvolvem maconha medicinal sem 'barato'

02/06/2012 - 08h07

DA BBC BRASIL

Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo de maconha medicinal, neutralizando a substância THC, que gera os efeitos cognitivos e psicológicos conhecidos como "barato".
De acordo com a professora Ruth Gallily, especialista em imunologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, a segunda substância mais importante da cannabis -o canabidiol (CBD)-- tem propriedades "altamente benéficas e significativas" para doentes que sofrem de diabetes, artrite reumatóide e doença de Crohn.
Z. Klein/BBC Brasil
Folha da plantação da empresa Tikkun Olam
Folha da plantação da empresa Tikkun Olam
Gallily, que estuda os efeitos medicinais da cannabis há 15 anos, disse à BBC Brasil que o CBD que se encontra na planta "não gera qualquer fenômeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reações inflamatórias, sendo muito útil para o tratamento de doenças autoimunes".
"Obtivemos resultados fantásticos nas experiências que fizemos in vitro e com ratos, no laboratório da Universidade Hebraica", afirmou a cientista, que é professora da Faculdade de Medicina.
De acordo com ela, após o tratamento com o CBD, o índice de mortalidade em consequência de diabetes nos animais foi reduzido em 60%, tanto em casos de diabetes tipo 1 como tipo 2.
"Para pacientes idosos que sofrem de artrite reumatoide, o uso da cannabis pode ter efeitos maravilhosos e melhorar muito a qualidade de vida", disse Gallily.
"Constatamos em nossas experiências que o CBD leva à diminuição significativa e muito rápida do inchaço em consequência da artrite."
A pesquisadora afirma que remédios à base de CBD seriam muito mais baratos que os medicamentos convencionais no tratamento dessas doenças.
A empresa Tikkun Olam obteve a licença do Ministério da Saúde israelense para desenvolver a maconha medicinal e cultiva diversas variedades da planta em estufas na Galileia, no norte de Israel.

Z. Klein/BBC Brasil
Plantação de maconha da empresa Tikkun Olam
Plantação de maconha da empresa Tikkun Olam
PACIENTES
De acordo com Zachi Klein, diretor de pesquisa da Tikkun Olam, mais de 8.000 doentes em Israel já são tratados com cannabis, a qual recebem com receitas médicas autorizadas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com Klein, a empresa pretende desenvolver um tipo de maconha com proporções diferentes de THC e canabidiol, para poder ajudar a diversos tipos de pacientes.
"Há pacientes para os quais o THC é muito benéfico, pois ajuda a melhorar o estado de espírito e abrir o apetite", afirmou.
Ele diz ainda que, em casos de doentes de câncer, a cannabis em seu estado natural, com o THC, pode melhorar a qualidade de vida, já que a substância provoca a fome conhecida como "larica", incentivando os pacientes a se alimentarem.
O psiquiatra Yehuda Baruch acredita que "o CBD tem significados medicinais fortes que devem ser examinados". Baruch, que é o responsável pela utilização da maconha medicinal no Ministério da Saúde, disse à BBC Brasil que "sem o THC, a cannabis será bem menos atraente para os traficantes de drogas".
O psiquiatra afirmou que nos próximos meses o Ministério da Saúde dará inicio a um estudo sobre os efeitos do THC e do CBD em pacientes que sofrem dores crônicas.
O experimento será feito com 50 pacientes, que serão divididos em dois grupos. Um grupo receberá cannabis com alto nível de THC e baixo nível de CBD e o segundo receberá mais canabidiol do que THC.
Depois de um mês os grupos serão trocados e, durante a experiência, os pacientes preencherão questionários avaliando as alterações na intensidade da dor.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mamífero descoberto há 20 anos continua sendo mistério para os cientistas



UOL Notícias . Ciências

EFENoel Caballero
Em Bangcoc

 

O saola, um mamífero parecido com o antílope que habita as selvas fronteiriças entre o Laos e o Vietnã, ainda é um mistério para a comunidade científica duas décadas após seu descobrimento.
"É um animal extremamente reservado. Os cientistas ainda não puderam estudá-lo em estado selvagem apesar de habitarem em uma área reduzida e os capturados não conseguiram sobreviver", disse Nick Cox, diretor do Programa de Espécies do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) para a área do Grande Mekong, em um comunicado divulgado na semana passada.
As primeiras provas de sua existência datam de 1992, quando um grupo de exploradores do WWF e do Ministério de Florestas vietnamita encontrou a ossada de um exemplar que não reconheceram na choça de um caçador local na reserva nacional de Vu Quang, no Vietnã, perto da fronteira com o Laos.
O crânio, estranhamente longo para as espécies conhecidas e com dois chifres longos e retos, representava a descoberta de um novo mamífero em mais de 50 anos, quando em 1937 os cientistas encontraram uma espécie de bovino selvagem nas selvas do norte do Camboja que batizaram como kouprey.
Desde então pouco se avançou no conhecimento dos costumes e comportamentos deste escorregadio vertebrado de 90 centímetros de altura e 100 quilos, cujas primeiras imagens foram feitas em 1999 por uma câmara automática na região laosiana de Bolikhamxay.
Há dois anos nessa mesma região, localizada na parte central do Laos, conseguiram capturar com vida um exemplar que morreu em cativeiro alguns dias depois e antes que os especialistas pudessem examiná-lo.
"Os cientistas não puderam calcular o número de saolas (que vivem em liberdade) devido às dificuldades para detectá-los. Se as coisas vão bem, pode haver cerca de 200, mas se vão mal sua população seria inferior a dez espécimes", declarou à Agência Efe Sarah Bladen, chefe de comunicação do WWF para o Grande Mekong.
Os esforços para salvar o saola, classificado pelos conservacionistas como espécie "em risco crítico de extinção" redobraram desde que se confirmou no ano passado a extinção do rinoceronte-de-java no Vietnã pelas mãos de caçadores.
As autoridades do Vietnã e do Laos estabeleceram, desde a descoberta do saola, uma rede de áreas protegidas e criaram algumas reservas naturais para proteger o habitat natural deste raro exemplar.
No entanto, a principal ameaça para sua sobrevivência e reprodução é a caça ilegal, embora seja assim de forma indireta porque o animal não faz parte do lucrativo negócio da venda ilegal ou da demanda da medicina tradicional chinesa.
"Apesar de sua raridade, o saola é um dos poucos vertebrados da Annamita (cordilheira montanhosa que se estende por Laos, Vietnã e Camboja) sem um alto preço no mercado negro, e só é capturado pelos caçadores de maneira acidental", declarou William Robichaud, coordenador do grupo de trabalho para a proteção desta espécie.
Nas últimas décadas, a exploração das recônditas selvas do Vietnã e do Laos permitiu descobrir um bom número de animais e plantas até então desconhecidos.
Apenas em 2010, especialistas de WWF percorreram os diferentes ecossistemas que enriquecem o delta do Mekong e descobriram 208 novas espécies, entre elas cinco plantas carnívoras e um macaco sem nariz.
"O saola completou o 20º aniversário de seu descobrimento, mas não haverá mais comemorações a menos que se tomem medidas urgentes para sua proteção", concluiu Chris Hallam, da organização WCS-Laos.