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terça-feira, 4 de junho de 2013

Clique Ciência: Quantas células do corpo nascem por dia?

Juliana Passos
Do UOL, em São Paulo



É muito difícil precisar o número de células que nascem e morrem em nosso organismo a cada dia, mas calcula-se que o corpo de um adulto produza em média 300 milhões de células por minuto ou 332 trilhões por dia – uma renovação que ocorre, principalmente, em tecidos epiteliais e conjuntivos, responsáveis pelos revestimentos e pela sustentação do corpo. Essa taxa pode variar em alguma situações, por exemplo, quando o corpo precisa reparar uma lesão.
O aparecimento de novas células não acontece uniformemente. O tecido epitelial de revestimento do estômago, por exemplo, é renovado a cada 4 a 7 dias. Já a epiderme da pele (camada mais superficial) é completamente renovada a cada 15 a 30 dias, dependendo da idade do indivíduo.
Células musculares cardíacas e neurônios não possuem reposição natural. Uma vez que tais células são perdidas, não ocorre o aparecimento de novas células.
Os tecidos possuem processos de renovação e reparação menores à medida que envelhecemos, até que o número de células que morrem ultrapassa o número de células que nascem.
Resposta fornecida pelo biólogo Evandro Niero, doutor em Biologia Celular e Molecular pela USP (Universidade de São Paulo).






























Clique Ciência: Qual a chance de um asteroide chocar-se com a Terra?


Do UOL, em São Paulo


                                                                               
Não há previsão de um choque entre um NEA (asteroides que passarão perto da Terra) nos próximos anos, mas os astrônomos estão buscando cada vez mais precisão no acompanhamento destes corpos celestes. As previsões dizem que uma grande colisão ocorre a cada 100 milhões de anos. Mas um choque que libere cerca de 1 milhão de megatons de energia - de um asteroide de 2 km de diâmetro, por exemplo - ocorre a cada 1 milhão de anos e mataria uma quantidade substancial de pessoas, segundo a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana).
Isso significa que você tem cerca de uma chance em 40.000 de morrer como resultado de uma colisão. Segundo a Caixa Econômica, a chance de ganhar a Mega Sena em um jogo é uma em 50.063.860.
As pesquisas espaciais rastreiam NEAs maiores do que 1 km, que são grandes o suficiente para causar grandes catástrofes. Mas existem milhares menores do que isso que podem atingir a Terra com energia equivalente a uma grande bomba nuclear em algum momento do próximo século ou do outro.
A atmosfera nos protege da maioria dos NEAs menores do que 40 m de diâmetro, ou energia de impacto de cerca de três megatons. A partir deste tamanho até cerca de 1 km de diâmetro, um NEA teria impacto em escala local. Acima de uma energia de um milhão de megatons (diâmetro de cerca de 2 km), um impacto produziria graves danos ambientais em uma escala global -- com um "inverno" que causaria fome e doenças em todo o mundo. Impactos ainda maiores podem provocar extinções em massa, como a que terminou a era dos dinossauros, na escala de 100 milhões de megatons.
Os astrônomos estimam que existam cerca de mil NEAs maiores do que 1 km de diâmetro e mais de um milhão maiores do que 40 metros de diâmetro (o limite aproximado para a penetração na atmosfera da Terra). O maior  objeto tem menos de 25 km de diâmetro. 
Por exemplo, o asteroide 2013 GM3 tem uma chance em 6.670 de atingir a Terra de 2028 a 2113; o asteroide 101955 1999 RQ36, uma em 1.410 de 2169 a 2199; o 99942 Apophis (2004 MN4), uma  em 256 mil em 2068 (veja mais no site da Nasa).

Já aconteceu antes

Já em 15 de fevereiro, asteroide 2012 DA 14, com cerca de 45 metros de diâmetro e 130 mil toneladas, passou bem mais perto daqui sem causar problemas, a 27 mil km. No mesmo dia, um meteoroide de cerca de 17 metros e 10 mil toneladas se chocou com a atmosfera terrestre em Tcheliabinsk, na Rússia, e deixou mais de mil pessoas feridas com os estilhaços de vidros que se quebraram pelas ondas de choque que se formaram. Sua energia seria de 0.5 megatons, maior do que das armas nucleares testadas pela Coreia do Norte, por exemplo.
Ele foi maior do que o evento que ocorreu na Indonésia em 8 de outubro de 2009 (com 50 quilotons) e que o impacto do meteorito Sikhote-Alin, também na sibéria, em 12 de fevereiro de 1947, que teve energia equivalente a apenas 10 quilotons.
 Em 1908, um meteoroide de 36 metros (provavelmente um pedaço de um asteroide) atingiu a Terra e a explosão devastou quilômetros de florestas na região de Tunguska, na sibéria da Rússia, com impacto na ordem dos 5 megatons.  Este tipo ocorre a cada 1 mil ou 2 mil anos.
Há 50 mil anos,  um meteorito de 50 metros caiu nos EUA e formou a crateraBarringer, no Arizona, de um quilômetro de diâmetro e 200 metros de profundidade. 
O maior dos impactos registrados é do meteorito de 15 km de comprimento que provocou a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de ano, na península de Yucatán no México, e que deixou a famosa cratera de Chicxulub, com 160 km de diâmetro. Segundo os cientistas, impactos como esse ocorrem a cada 26 milhões de anos. 
Ao longo do ano, a Terra é bombardeada com frequência por toneladas de material cósmico, entretanto, eles costumam ocorrer em locais desabitados, como oceanos- a maior parte do planeta.

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