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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Será que existe uma moreia-verde?

29/12/11

Parecida com uma cobra, o animal é escorregadio, com boca grande e míope.


Foto: Alfredo Carvalho Filho

Moreia

Muitos pescadores de beira de praia, mangue ou costão já deram de cara com a Caramuru ou Moréia-Verde. Com seu jeitão de cobra, escorregadio, boca grande e cheia de dentes, o Caramuru assusta um bocado. O divertido é que, em quase tudo, esse bicho “parece, mas não é...”.
Esta moreia, para começar, nem verde é! Sua cor verdadeira é azul, que combinada com bactérias amarelas presentes no muco que recobre sua pele (e a faz escorregadia), nos ilude e fica verde! Há exemplares marrons graças à presença de bactérias diferentes no muco. E não é cobra, mas peixe, da família Muraenidae, denominada cientificamente por Gymnothorax funebris. Sua mordida é venenosa? De forma nenhuma! O que ocorre é que, como qualquer ferimento causado por peixe marinho, infecciona rapidamente e pode causar febre, vômitos, um belo mal-estar enfim. Isso acontece porque nosso organismo não está preparado para combater bactérias de origem marinha e, até nosso corpo desenvolver defesas específicas e derrotar o invasor, a infecção acontece, ainda que localizada.
Foto: Alfredo Carvalho Filho
Moreia
Como elas geralmente vivem dentro de tocas, só com a cabeça para fora, precisam bombear água para suas brânquias, para respirar e, assim, abrir e fechar a boca constantemente! Essa necessidade, junto com seus dentes expostos, dá uma má impressão...
Se considerarmos que esse bicho é míope, e pode confundir a palma de uma mão com um peixe (e morder), aí sim, todo mundo respeita a “serpente-marinha”! Outro fato interessante é que as moreias têm duas fases de vida: começa sua vida como larva, em forma de fita alongada; nesta idade não se alimenta, mas absorve nutrientes pela pele! Quando acontece a metamorfose, transforma-se em uma réplica do adulto, mas menor que a larva, acredite se quiser!
A moreia-verde ou caramuru pode chegar a 250 cm de comprimento e vive em frestas e tocas em regiões rochosas ou coralinas e mesmo entre raízes de mangue, até os 50 m de profundidade, desde a Florida e as Bermudas até Santa Catarina. Os adultos têm cor uniforme, de verde a marrom-esverdeada. Jovens de cor marrom muito escura a negra, com o queixo branco.
Em todo o mundo há cerca de 190 espécies diferentes, distribuídas por 19 gêneros, enquanto no Brasil são ao menos 18 espécies e 7 gêneros.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva

Orca briga com tubarões na Nova Zelândia

29/12/2011 12h30 - Por AP

 

 Pessoas que estavam em Tuatapere, na Nova Zelândia, nesta terça-feira (27) gravaram a briga entre uma orca e tubarões. Visite o UOL Notícias

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que é wireless?

28/12/2011 18h05 - Atualizado em 28/12/2011 18h05
 
     Para o TechTudo

Conexão é a palavra-chave do momento. Saber o que é wireless e entender a diferença dessas tecnologias sem fio não é mais um simples capricho, mas uma necessidade real. Seja em smartphones, tablet’s, netbooks ou notebooks, todos querem ter acesso à informação. E como isso é feito longe do computador? O principal meio é a Internet Wireless.
O QUE É WIRELESS?
A tecnologia Wireless significa “sem fio” (em livre tradução), e possibilita a transmissão da conexão entre pontos distantes sem precisar usar fios (como telefones sem fio, rádios ou o seu celular). Essa tecnologia engloba uma série de outras, sendo a mais comum delas a Wi-Fi. Conheça algumas delas:
IrDA – transmissão de dados por um adaptador infravermelho, não possui armazenamento de dados. Somente envio e recebimento.
BlueTooth – muito utilizada em celulares e smartphones, permite com que se troque informações com muita facilidade. Seu ponto negativo é a necessidade de estar muito perto do dispositivo para haver a conexão.
RONJA – transmite dados usando feixes de luz.
WI-FI – seu acesso se dá por um ponto de acesso conhecido como Hotspot, e é possível acessar qualquer dispositivo por sua rede.
Conexão via Wi-Fi (Foto: Reprodução/ Teresa Furtado) 

Conexão via Wi-Fi (Foto: Reprodução/ Teresa Furtado)
COMO FUNCIONA
Essa transmissão se dá da seguinte forma: a partir de um ponto no qual há uma internet tradicional, é instalado uma antena e um rádio de transmissão que envia sinal em alta frequência para determinada distância. Essa difusão pode ser aberta (qualquer um acessa, sem senha) ou fechada (é necessário obter o código de acesso).
USOS
Essa tecnologia vem sendo amplamente utilizada por estabelecimentos como cafeterias, restaurantes, pubs, aeroportos e muitos outros. Para saber se o que você está frequentando possui, fique atento às placas com o ícone acima. Se possuir, peça ao atendente a senha de acesso.
Muitas famílias também têm adotado a tecnologia em residências, principalmente quando a família é grande ou há vários dispositivos para se conectar à internet. Esse tipo de rede elimina a necessidade de se fazer uma rede complexa com muitos fios espalhados pela casa.
Empresas também são locais onde se encontram redes wireless, mas nem sempre elas são abertas aos funcionários. É comum possuírem esse tipo de tecnologia para reuniões e visitantes.
LIMITAÇÕES
O único tipo de limitação apresentada pela tecnologia Wireless é a velocidade máxima que o roteador suporta, e a quantidade de dispositivos conectados ao mesmo tempo.

Novo trem bala chinês chega a 500km/h

28/12/2011 09h28 - Atualizado em 28/12/2011 09h28

Para o TechTudo
No dia 24 de dezembro, a China lançou o primeiro teste de um trem bala especial que alcança 500 quilômetros por hora, informou a imprensa estatal daquele país. O trem, feito e operado pela subsidiária CSR Corp., maior fabricante de trens do país, teve o design projetado para ser similar a uma antiga espada chinesa, de acordo com a agência de notícias Xinhua.
trembalaTrem bala chinês (Foto: Agência Xinhua)
Para a China, um país de dimensões continentais como o Brasil, um trem de alta velocidade é essencial para manter ativo os negócios e a conexão entre pontos distintos da nação. Porém, para o presidente da CSR, Zhao Xiaogang, o que importa no momento não é alcançar velocidades astronômicas, e sim garantir que as viagens tenham total segurança para os passageiros.
O ano de 2011 não foi bom para a indústria ferroviária chinesa. Em julho, a colisão entre dois trens de alta velocidade deixou 40 mortos e centenas de feridos. Seguindo a onda de problemas, o Ministros dos Transportes Ferroviários, Liu Zhijun, uma figura central por trás do "boom" do setor, foi afastado por denúncias de corrupção que ainda não foram julgadas no tribunal.
Via: Reuters

Somos o quinto país que mais investe em energias limpas

25/12/11

Relatório recém divulgado é positivo, mas não deixa de alertar.

Foto: Jürgen
Três fontes de energia renovável: solar, eólica e biomassa.
Uma boa notícia para o nosso país foi recentemente divulgada. Envolvendo sustentabilidade, ela veio em um relatório divulgado na Conferência da Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, em novembro deste ano.

O documento chamado Tecnologia e Inovação 2011 – Unindo Desenvolvimento e Tecnologias para Renováveis, apontou o Brasil como o quinto país que mais investiu em energias limpas no ano de 2010. Com US$ 7 bilhões aplicados no setor, ele ficou atrás apenas da China – que foi a campeã, com US$ 49 bilhões investidos – da Alemanha, dos Estados Unidos e da Itália.

Conquistamos esta posição graças às mudanças que fizemos nos setores denominados pelo relatório de “energéticos maduros”.  Isto inclui, por exemplo, os biocombustíveis e as hidrelétricas.

Porém, é raro uma boa notícia não vir acompanhada de um “alerta”. E esta não foi diferente. O relatório chamou a atenção para o quanto ignoramos o nosso imenso potencial nos setores de energia solar e eólica. E também apontou que, por mais que diversos países estejam no caminho certo, ainda precisam ser investidos centenas de bilhões de dólares em tecnologias para “salvar” o mundo dessas energias “podres” que ainda utilizamos.

Ao todo, os investimentos mundiais nessas renovações aumentaram durante seis anos em mais de 539%. Assim, enquanto em 2004 foram aplicados “somente” US$ 33 bilhões nesta área, no ano passado as nações desembolsaram a quantia de US$ 211 bilhões. Ou seja, podemos manter as esperanças e continuar com o pensamento positivo no futuro.

Barreiras antirruído são criadas com pneus velhos

28/12/11

Os muros serão testados em estradas da Europa.

Foto: Wikipédia
Pneus velhos

Pesquisadores espanhóis desenvolveram uma técnica de reprocessamento que permite construir barreiras antirruído para estradas usando pneus velhos. A técnica já está sendo implementada em algumas regiões da Europa.
Ao rodar pelas estradas que passam próximo aos grandes centros urbanos do velho continente será possível observar enormes muros de concreto, ao lado das estradas ou entre as pistas.
Nos muros, os pneus velhos serão utilizados por possuirem um material poroso, mais leve, minimizando o custo e ainda produzindo uma barreira acústica eficiente com um gasto mínimo de energia.
Se o resultado for satisfatório, o projeto denominado como EKOPAN, pretende ampliar a produção de barreiras, podendo introduzi-las em outras áreas, principalmente em áreas industriais.

Bocarra-negra alimenta-se de peixes maiores que ele

28/12/11

Animal consegue engolir peixes grandes devido à distensão de seu estômago.


Foto: Equipe TAMAR, Guy Marcovaldi/ Pedro Cordeiro 

Bocarra-negra

O mar profundo... Já imaginou o meio do mar profundo? Escuridão total, centenas de metros acima está a superfície, centenas abaixo, o fundo. No meio, o nada, onde todos os sentidos se confundem. Não há acima ou abaixo, sua orientação já era! Nessa região gigantesca, que se estende por dezenas de milhares de quilômetros, a vida é um espetáculo à parte!
Milhões e milhões de organismos de todos os tamanhos e formas, adaptados perfeitamente a viver no nada. De minúsculas lulas a enormes tubarões, a vida exibe sua diversidade indo a tais extremos que pensaríamos estar vendo alienígenas de outro universo.
Onde reina a escuridão há milhões de bichos com fotóforos, que são órgãos especiais que emitem luz, como vaga-lumes. Tal luminosidade permite disfarces e encontros, mas também podem denunciar a presença, e o predador virar presa. Daí, muitos animais são totalmente escuros, sem fotóforos, mais difíceis de serem percebidos, como é o caso do Bocarra-negra, um perfeito exemplo de adaptação.
O Bocarra-negra (Chiasmodon niger) é um peixe pequeno e alongado, marrom escuro a negro, de até 25 cm de comprimento, que vive na meia-água entre 100 e 3.300 metros de profundidade, geralmente a partir dos 750 metros. Sua distribuição é colossal, pois pode ser encontrado em todos os mares tropicais e subtropicais; no caso do Atlântico americano já foi coletado desde o sul do Canadá e das Ilhas Bermudas até o Espírito Santo, no Brasil.

Foto: Alfredo Carvalho Filho
 A protuberância no ventre é a sardinha que ele engoliu inteira 
Alimenta-se exclusivamente de peixes, mas... se a comida for maior do que ele? Não tem conversa, engole também! Sua boca se distende (veja na foto), assim como seu estômago e ventre, permitindo-lhe engolir presas de seu tamanho ou mesmo um pouco maiores, que cabem inteirinhas dentro de sua barriga! Além da boca ampla, tem duas séries de dentes curvos e afiados nos maxilares, além de outros maiores frontais, que servem para segurar bem o que abocanha. Afinal não deve ser sempre que topa com comida dando sopa no meio do nada...
A reprodução aparentemente acontece na primavera e seus ovos e larvas são planctônicos, ou seja, vivem à deriva no meio do plâncton. Com 20 a 23 mm, as larvas se transformam em juvenis de corpo claro e com manchinhas escuras no dorso e ventre. Com cerca de 8 mm sua cor já é uniformemente escura.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva

Lagarto-de-pedra: um peixe veloz que vive imóvel

27/12/11

Animal pode consumir até 12% de seu peso corporal por dia.


Foto: Laszlo Ilyes

Lagarto-de-pedra
 
Parece bobagem falar disso: dentes rápidos e mortais. Porque, de uma ou outra maneira, há muitos peixes assim no mar. Mas este é um expert em velocidade e imobilidade: o calango ou lagarto-de-pedra (Synodus intermedius).
Eu presenciei, ao vivo e em cores, como o bicho é rápido e voraz. Estava em Cartagena, na Colômbia, e passei algumas horas mergulhando e fotografando nas Ilhas do Rosário. Em certo momento, um pequeno jaguareçá fugiu após eu levantar uma pedra, para ser imediatamente abocanhado por um lagartão que estava ao meu lado, e que eu nem percebera! Curioso, ainda que um tanto cruel com os jovens jaguareçás, repeti a cena mais três vezes, todas com o mesmo resultado. Em uma delas, consegui fotografar, ainda que mal e porcamente, o peixinho sendo abocanhado. O que mais me chamou a atenção, entretanto, foi que o lagarto passou a me acompanhar como um comportado cão de guarda, na esperança de que eu lhe oferecesse mais vítimas. Fascinado, cheguei mesmo a ver o bicho, em um trecho sombreado, rapidamente mudar de tons de cor, passando de bege para cinza com largas faixas escuras, para se parecer mais com o fundo.
Foto: Alfredo Carvalho Filho
Lagarto-de-pedra
O calango é encontrado semienterrado no fundo ou apoiado nas nadadeiras pélvicas, à espreita de presas. Come peixes e crustáceos, tem hábitos diurnos e se enterra na areia para passar a noite. Comum, vive de um a 320 metros de profundidade, podendo consumir até 12% de seu peso corporal por dia. Muda de local periodicamente, voltando a ficar sempre imóvel no fundo, alterando os tons de sua cor para melhor se confundir com o ambiente. Tem a cabeça deprimida e grande, com o focinho curto.
As nadadeiras pélvicas são grandes, com os raios internos maiores que os externos. De cor cinza a marrom, o tom do fundo é variável, geralmente com linhas amarelas horizontais sobre fundo verde. Cerca de oito manchas em forma de losango, escuras, aparecem nos flancos. Há uma mancha negra evidente no ombro, por trás da cabeça, em parte coberta pelo opérculo. O ventre é claro. Nadadeiras peitorais, dorsal, e caudal apresentam faixas alternadas pálidas e escuras. Ocorre no Atlântico Ocidental, da Carolina do Norte (EUA) a Santa Catarina. Também é chamado por traíra-do-mar e jacaré.
A sua reprodução acontece entre a primavera e o verão, os ovos e larvas sendo pelágicos. Pertence à família Synodontidae, que, no Brasil, é representada por oito espécies distribuídas em três gêneros.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva

Fio elétrico ecológico: mais uma descoberta sustentável

27/12/11

Ele é revestido com material derivado da cana-de-açucar.

Foto: Divulgação
Fio elétrico da linha Afumex Green

Pela primeira vez no mundo foi lançado um fio elétrico ecológico. A pioneira no mercado é a Prysmian que criou a linha Afumex Green. O fio possui um material chamado de polietileno verde, um material derivado da cana-de-açúcar. Esta linha chega substituindo uma parte do revestimento que era feito por isolante.
O fio ecológico ainda contribui para diminuir os riscos de incêndios com eletricidade. Segundo a empresa, o fio tem uma resistência térmica 20% maior que os fios normais, que pouco a pouco serão substituídos pela nova linha.
A Prysmian calculou que a cada tonelada da resina verde produzida são retirados do meio ambiente até 2,5 toneladas de gás carbônico. Portanto a empresa quer aumentar a diversidade de cabos feitos com essa tecnologia, já que o modelo Afumex Green é indicado apenas para uso comercial, industrial e doméstico.

COP17 traz números assustadores sobre as mudanças climáticas no planeta

26/12/11

Brasil deverá sofrer com aumento de enchentes.

Foto: Antônio Cruz/ABr
Enchente em Trizedela do vale, Maranhão
Que o aquecimento global e o descaso com o meio ambiente estão afetando – e muito – o nosso planeta, isso todos sabemos. Más, quando nos deparamos com números, o susto é bem maior.

Na última Conferência do Clima (a COP17), em Durban, que aconteceu em 14 de dezembro deste ano, foi divulgado um recente estudo feito pelo centro especializado em mudanças climáticas, Met Office Hadley, e encomendado pela Grã-Bretanha. Nele foram simuladas possíveis consequências que 24 países podem sofrer até 2100 em decorrência das mudanças climáticas.

Os dados partem do princípio de que o mundo irá manter seu atual padrão de emissão de gases causadores do efeito estufa aumentando, assim, entre 3ºC e 5ºC a temperatura do planeta até o final do século XXI. No caso do Brasil, a principal área atingida será as enchentes.

Esta irá aumentar em 87% em relação aos níveis atuais. Além disso, sofreremos com o acréscimo de 10% na ocorrência de tempestades afetando a vida de, no mínimo, 30% da nossa população litorânea.

Europa e Egito também estavam entre os pesquisados e são os que mais causam preocupações. O primeiro corre o risco de perder até 99% de sua área de cultivo agrícola enquanto o segundo deverá penar com a falta de água, que atingirá 98% de sua população.

Torcemos para que estes dados não apenas choquem os 193 Estados-Membros da ONU, que estavam presentes na Conferência. Mas sim que os façam tomar medidas eficazes para que o mundo de todos seja salvo.

Enxada é uma espécie que modifica cores e hábitos conforme a idade

26/12/11

O peixe adulto vive em cardumes, já os jovens, vivem solitários.


Foto: Matthew Hoelscher

Cardume de enxadas adultos


Pescador que se preza já viu o Enxada, Parú ou Parú-Branco, com certeza. Mas viu o adulto, que briga para valer! Poucos viram o filhote, de tão bem camuflado que é o bichinho!
Enxadas (Chaetodipterus faber ) vivem em águas costeiras, da superfície aos 40 m de profundidade, desde recifes de corais a mangues e rios costeiros. Os adultos formam cardumes e preferem as águas quentes, migrando para as mesmas nos meses frios. Os jovens são muito semelhantes a pedaços de folhas ou detritos, permanecendo próximos à superfície, de lado, especialmente em regiões estuarinas, mangues e na beira da praia, como o da foto.
Foto: Alfredo Carvalho Filho
 Enxada jovem
Alimentam-se de crustáceos, moluscos, esponjas, vermes, algas e mesmo grandes invertebrados do zooplâncton. A reprodução ocorre em águas abertas e durante o verão, em pequenos grupos de vários pares. Os ovos são pelágicos, eclodem em cerca de 24 horas e as larvas são impulsionadas pelo vento e correntes para perto da costa. Ali, os jovens com três meses já têm cerca de 8 cm e se desenvolvem com rapidez. Comuns, gostam também de naufrágios e toleram grande variedade de teores de salinidade e turbidez da água.
Os filhotes são escuros, alguns totalmente pretos, mas com algumas manchinhas brancas. Os intermediários apresentam faixas escuras verticais indefinidas, que ficam mais evidentes com a idade. Grandes adultos podem ser de cor geral cinza-prateada. Atinge até 90 cm, 9 kg e ocorre no Atlântico Ocidental, de Massachusetts (EUA) ao Rio Grande do Sul, sendo o único representante da família Ephippidae na região.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva