16/12/2011
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08h00
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO
Pesquisadores americanos fizeram um vídeo em 3D mostrando o que acontece no cérebro de uma mulher durante o orgasmo.
A animação, feita com imagens de ressonância magnética de uma voluntária
(que se masturbou em laboratório), mostra a atividade cerebral
crescente em 80 regiões distintas, até culminar no clímax sexual.
O vídeo foi apresentado em conferência da Society for Neuroscience, em Washington, Estados Unidos, e divulgado pelo site The Visual MD. A notícia foi publicada na edição on-line da revista americana "Time".
Segundo Barry Komisaruk, psicólogo da Universidade Rutgers, Nova Jersey,
e um dos coordenadores do estudo, o mapeamento do orgasmo pode ajudar
mulheres que não conseguem chegar lá. Além disso, revela mecanismos de
prazer que futuramente podem ajudar em pesquisas sobre depressão ou
dependência química.
SEQUÊNCIA DE CORES
O vídeo usa uma escala de cores quentes que começa no vermelho escuro,
muda para laranja e amarelo e termina no branco, quando o nível de
atividade cerebral é mais alto.
No início da estimulação sexual, são "ligadas" áreas sensoriais que
mapeiam os órgãos genitais. Aumenta a atividade de regiões envolvidas no
processamento de emoções, como a ínsula, o cingulado anterior e a
amígdala.
Em seguida, o hipocampo, que processa memórias, é acionado. De acordo
com os pesquisadores, isso pode estar relacionado com a lembrança de
fantasias sexuais ou com a gravação da experiência.
A estimulação atinge, então, o córtex pré-frontal, envolvido no
planejamento e no pensamento abstrato. São ativados locais relacionados
com o movimento corporal e a tensão muscular típica do orgasmo.
Em seguida, o hipotálamo libera oxitocina, o "hormônio do amor",
importante para a criação de vínculos emocionais. No auge, há uma grande
atividade do núcleo acumbente (chamado de "centro do prazer"), que
termina com a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela
sensação de bem-estar. Só então a atividade cerebral diminui.
A CIÊNCIA DO ORGASMO
Não é a primeira vez que o orgasmo feminino intriga cientistas. Algumas
pesquisas, inclusive, já questionaram sua existência e elaboraram várias
teorias sobre o assunto.
Uma das teses mais aceitas diz que o orgasmo feminino existe só porque o
masculino precisa existir. O prazer sentido pela mulher seria um
subproduto da evolução --elas sentem prazer pelo mesmo motivo que eles
têm mamilos.
Há outras hipóteses, como a de que a sensação de prazer serviria de
incentivo para a mulher repetir o sexo. Ou, então, que a contração do
útero ajuda os espermatozoides a chegarem até o óvulo.
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