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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Estudo do MIT encontra gene ligado à 'extinção de memórias'

Do UOL, em São Paulo  20/09/2013  06h00


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Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, conseguiram identificar um gene que tem papel crucial na extinção de memórias. Este processo é natural e permite que memórias antigas que não são mais usadas deem lugar a novas. Agora, os pesquisadores estudam se seria possível usar este gene para superar um trauma, por exemplo, ajudando um indivíduo a esquecer más experiências passadas Christine Daniloff/MIT
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, conseguiram identificar um gene que tem papel crucial no processo de extinção de memórias. Ele é natural e permite que memórias antigas deem lugar a novas sobre o mesmo fato, o que seria um processo de reaprendizagem.
Agora, os pesquisadores estudam se seria possível usar este gene para superar um trauma, por exemplo, ajudando um indivíduo a reaprender, com experiências novas, algo que foi ruim no passado. 
O gene identificado pelo grupo do MIT, chamado de Tet1, controla outros genes necessários para que uma memória seja extinta.
Cientistas já desconfiavam que esse gene pudesse estar ligado à extinção de memórias devido a sua abundância no cérebro e ao seu envolvimento em processos de aprendizado e memorização.

Gaiola e choque

Para entender como o Tet1 age, os pesquisadores estudaram o comportamento de dois grupos de camundongos: os que tiveram seu organismo privado do gene e os que tiveram o Tet1 intacto. Ambos eram capazes de formar novas memórias.
Os dois grupos de cobaias passaram, então, pelo seguinte experimento: entrar em uma gaiola e receber um leve choque. Na sequência, as cobaias voltavam a essa gaiola, mas sem receber mais o temido efeito.
As cobaias do grupo com o cérebro privado do Tet1 continuavam a temer um novo choque, mostrando que a falta do gene impediu o cérebro de reaprender algo sobre uma experiência já vivida. Já os camundongos com Tet1 funcionando normalmente deixavam de relacionar a gaiola à dor.
Isto não significa que a memória foi apagada, mas há uma "disputa" entre a memória antiga (choque) e a atual (não choque) - e a atual geralmente vence, permitindo que o rato supere uma memória ruim do passado.
Agora, os pesquisadores buscam uma forma de conseguir aumentar artificialmente a presença de Tet1 no cérebro para saber se isso melhoraria o processo de substituição de memórias. Aplicada a humanos, a técnica poderia por fim a complicações geradas pelo estresse pós-traumático.

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