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sexta-feira, 23 de março de 2012

Pesquisas sobre o genoma humano avançam graças às proteínas "más"

ÚLTIMO SEGUNDO - Ciência

Com o estudo aprofundado das proteínas, cientistas podem desenvolver novos tratamentos para doenças genéticas

AFP | 07/07/2010 17:27
O grande avanço da ciência, marcado pelo primeiro sequenciamento do genoma humano, no ano 2000, abriu aos cientistas um novo campo de exploração, o de 21.000 proteínas do corpo humano e suas interações e o eventual papel que desempenham em doenças como o câncer.

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Este é o objetivo de um programa internacional de pesquisas, denominado "International Interactome Initiative" ou "Tripo I", que os cientistas rebatizaram de "i cube", capitaneado pelo canadense Benoit Coulombe, diretor do laboratório de transcrição genética e proteômica (ciência que estuda o conjunto de proteínas) do Instituto de Pesquisas Clínicas de Montreal.
"Com o sequenciamento do genoma, obtivemos uma lista de todas as proteínas que formam o corpo humano, conhecemos sua sequência através da do DNA que as codifica, mas em grande proporção, estas proteínas nunca foram vistas, nem estudadas", explica o biólogo.
Estudando algumas proteínas que podem estar vinculadas com alguma doença da pele, por exemplo, descobriu-se uma nova, responsável por uma forma específica da doença.
Esta pesquisa é fundamental para, um dia, encontrar o tratamento correto, já que, embora se conheça o gene culpado pela doença, é impossível até agora modificar o DNA em todas as células. Mas se pode agir sobre as proteínas, usando a molécula química correta, explica o biólogo.
Se uma proteína pode tornar-se "má" por causa de um "mau" código genético no DNA, tal evolução pode ter outra causa, epigenética (característica de organismos uni e multicelulares), por exemplo uma enzima que a modifica.
O programa "triplo I" envolve laboratórios canadenses, americanos, austríacos, alemães e suíços. Cada grupo de pesquisadores faz as mesmas experiências com trinta proteínas e depois comparam os resultados.
"Os especialistas do genoma se interessam nos genes, os médicos nas doenças, nossa pesquisa é sobre o espaço desconhecido entre os dois", acrescenta.

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