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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Novos neurônios do cérebro adulto têm função específica

Ciência

Alessandro Greco, especial para o iG | 26/01/2012 19:48

Pesquisadores descobriram que células jovens podem servir para integrar diferentes estímulos e processar informações


Foto: Getty Images Ampliar 
Ilustração mostra interação de neurônios: papel das células jovens geradas em cérebros adultos

A criação de novos neurônios na região do hipocampo no cérebro adulto vem sendo largamente estudada nos últimos anos. O papel que esses neurônios “bebês” desempenham, porém, ainda é desconhecido, embora se saiba que eles estão relacionados ao aprendizado e à memória.

Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (26) no periódico científico Science mostra que eles provavelmente são capazes não apenas de processar informação, mas também de integrar uma grande variedade de estímulos. “Gravamos a atividade de neurônios maduros e imaturos ao responder a estímulos. Ficamos surpresos de verificar que os imaturos eram ativados por um estímulo mais fraco e consequentemente eram menos seletivos nas suas respostas do que os maduros. […] Isto significa que esses neurônios altamente excitáveis podem ser ativados por estímulos diversos. Como eles tem essas propriedades únicas por apenas poucas semanas até ficarem maduros é possível que sejam fundamentais na associação de eventos que ocorrem em um período curto de tempo. Esta é uma ideia interessante já sugerida anteriormente em modelos e que agora fornecemos dados para sustentá-la”, afirmou ao iG Antonia Marin Burgin, principal autora do estudo, do Instituto Leloir, na Argentina.

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O trabalho, que foi realizado com camundongos adultos, poderá ser de grande valor no entendimento dos mecanismos básicos da plasticidade do cérebro adulto e também na criação de estratégias para reparar danos no tecido neural.

Uma das possíveis vias de pesquisa no futuro é estudar como o aprendizado pode modular a produção ou o envolvimento de neurônios imaturos no processamento de informação – o que ajudaria a explicar a habilidade dos motoristas de táxis de Londres em lembrar de cabeça o complexo emaranhado de ruas da capital inglesa.

 


 

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