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domingo, 1 de janeiro de 2012

Tubarão-limão é um dos mais perigosos devido sua visão apurada

31/12/11

Seu nome é devido a coloração amarelada do seu dorso.


Foto: Albert Kok

Tubarão-limão


Nos anos 70 foi realizada uma feira em São Paulo que se chamava Arca de Noé, no Parque Anhembi. Meu pai, diretor da mesma, trouxe para o Brasil 6 tubarões-limão, um peixe serra e 4 tubarões-lixa, direto da Flórida. Tudo certinho, com todas as autorizações necessárias, etc. Quem capturou os peixes e os trouxe foi Gerrit Klay, um americano doido de pedra. Eles vieram em containers especiais, em um avião da “velha” Varig e durante 3 meses viveram (e muito bem!) em aquários especiais, gigantes, montados para a ocasião.  Quando terminou a feira, os exemplares foram devolvidos ao mar.
Todo dia, no fim de tarde, Gerrit e eu entravamos nos tanques para dar comida na boca dos bichos...era de arrepiar, e até eu perder o medo foram várias sessões! Já pensou? Tubas de 3 metros em volta de mim em um aquário!! Foi quando conheci e passei a gostar muito dos limões, esperando que não quisessem fazer de mim uma limonada ao molho-pardo...
Também conhecido por Papa-Areia e Galhudo, este é um tubarão costeiro e de águas quentes, que vive junto de praias, ilhas, recifes, estuários ou mesmo rios, à noite, e em águas mais fundas durante o dia, onde pode ficar imóvel por certo tempo. Come peixes, mas não despreza aves marinhas, lulas, crustáceos, etc.

Foto: João Paulo Krejewski
Tubarão-limão
Tem o focinho arredondado e mais curto que a largura da boca; a segunda nadadeira dorsal é grande, quase do mesmo tamanho da primeira, e oposta à anal que também é grande; já a peitoral é relativamente curta e larga. Sua cor varia de marrom-amarelada a cinza-olivácea, eventualmente marrom-escura, a região inferior amarelada. Atinge até 3,2 metros, atingindo cerca de 180 kg.
Forma grupos numerosos em certas épocas e regiões e parece migrar pouco. Pode ser perigoso, principalmente à noite, pelos hábitos costeiros e grande tamanho. É a espécie mais estudada da família Carcharhinidae e capaz de sobreviver por muitos anos em cativeiro, sendo presença frequente em grandes aquários públicos.
Bastante comum nas regiões mais quentes, no caso do Brasil no norte e no nordeste, podendo viver por até 25 anos. Ocorre no Pacífico Oriental Tropical e no Atlântico Ocidental, leste da Carolina do Sul ao Rio de Janeiro, sendo raro de São Paulo para o Sul.
Sua reprodução acontece na primavera e é espécie vivípara, a gestação durando cerca 1 ano. Os filhotes, entre 6 e 19, nascem com 60 cm. Há áreas específicas para o nascimento e o crescimento dos jovens. Uma das áreas mais conhecidas no Brasil é em Fernando de Noronha. 
A carne é apreciada e em algumas regiões é explorada comercialmente.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva

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